Dia Internacional reforça soluções para evitar perda de comida
ODS
Quantidade de alimentos descartados poderiam alimentar 1 bilhão de pessoas no mundo; refrigeração eficaz pode ajudar a combater o problema; Pnuma aposta em ampliação da infraestrutura da cadeia de frio com energia renovável; FAO pede transformação dos sistemas agroalimentares para evitar descarte.
Nesse 29 de setembro, as Nações Unidas marcam o Dia Internacional de Conscientização sobre Perda e Desperdício de Alimentos, com destaque para soluções para o problema.
Estima-se que do total de alimentos produzidos para consumo humano cerca de 14% são perdidos e 17% desperdiçados.
Alimento para um bilhão de pessoas vai para o lixo
Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, essa quantidade é suficiente para alimentar cerca de 1 bilhão de pessoas no mundo. Em 2022, cerca de 735 milhões de pessoas passaram fome.
A falta de refrigeração eficaz contribui com cerca de 526 milhões de toneladas de alimentos que vão para o lixo todos os anos.
De acordo com a agência, uma das principais soluções para a perda e o desperdício de comida é uma melhor gestão da cadeia de frio, garantindo que os produtos sejam mantidos em condições de temperatura adequadas e ininterruptas desde a colheita até o prato.
A falta de acesso à refrigeração ao longo da cadeia alimentar cria um ciclo vicioso de desperdício de alimentos e perda de rendimento para os agricultores. Isso representa um desafio nos países em desenvolvimento, particularmente nas áreas rurais, onde a maior parte dos alimentos é produzida.
Uma merenda escolar de origem local no sudoeste da Etiópia
Benefícios da redução do desperdício
O Pnuma defende a ampliação da infraestrutura da cadeia de frio por meio de energia renovável e sustentável para garantir o resfriamento dos alimentos.
Já a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, FAO, informa que a redução da perda e do desperdício de alimentos pode desempenhar um papel fundamental na transformação dos sistemas agroalimentares.
Os benefícios listados pela agência são aumento da disponibilidade de alimentos, contribuindo para a segurança alimentar, dietas saudáveis e construindo resiliência. A redução da perda e do desperdício de alimentos também serve como uma estratégia climática, ao reduzir as emissões de gases do efeito de estufa.
A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável propõe a redução pela metade do desperdício alimentar global per capita, a nível da indústria e do consumidor.
Para discutir como alcançar progressos nesta questão será realizado um evento híbrido na sede da FAO em Roma nesta sexta-feira.
O evento pode ser acompanhado via webcast aqui.