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Violência matou mais de 600 pessoas em três meses na RD Congo

Movimentos dos moradores aumentaram com a inflação, as epidemias e os desastres naturais
© Unicef/Roger LeMoyne
Movimentos dos moradores aumentaram com a inflação, as epidemias e os desastres naturais

Violência matou mais de 600 pessoas em três meses na RD Congo

Paz e segurança

País africano registra escalada em agressões de gênero e violência sexual contra crianças; chefe dos assuntos para África fala de níveis de insegurança na parte oriental negligenciados pela comunidade internacional.o, ou mais de um quarto da população do país africano.

As Nações Unidas informam que mais de 600 pessoas foram mortas, em três meses, por grupos armados na República Democrática do Congo. A piora da situação de segurança ocorre em províncias como Ituri e Kivu do Norte, no leste do país africano. 

O grupo armado M23 retirou-se de áreas que ocupava “de forma fragmentada, tática e política” controlando agora os territórios de Masisi e Rutshuru, na mesma região.

Alta da violência de gênero

No Conselho de Segurança, a secretária-geral assistente para África, Martha Pobee, disse que houve um novo posicionamento ofensivo que nas últimas semanas levantou receios de reinício de confrontos levados a cabo pelo M23.

O país teve uma alta da violência de gênero de 23% desde março do ano passado. Já a tendência de aumento da violência sexual contra crianças é  “particularmente terrível”.

Quase 26 milhões de pessoas enfrentam insegurança alimentar na RD Congo
ONU News/Byobe Malenga
Quase 26 milhões de pessoas enfrentam insegurança alimentar na RD Congo

 

A representante ressaltou a ação para proteger civis e as intervenções humanitárias, mas alertou que a insegurança no leste é frequentemente negligenciada pela comunidade internacional.

Para os casos de abusos, cerca de 73% ocorrem na província de Kivu do Norte. Entre as razões estão a proliferação de grupos armados em áreas que abrigam deslocados onde há violação de leis civil e humanitária.

Prevenir e responder à violência sexual

Pobee pediu urgência na oferta de mais serviços para prevenir e enfrentar a violência sexual dentro e ao redor dos locais de deslocamento, bem como para garantir melhor acesso a alimentos, água e instalações sanitárias seguras.

Ela pediu a todos os grupos armados para acabar com os confrontos e remanejar as forças de segurança nacional, particularmente em Ituri, restaurando a autoridade do Estado nesta área.

Cerca de 6,3 milhões de congoleses fugiram de suas casas
© PMA

 

O informe mencionou ainda o período de transição da missão de manutenção da paz, sobre a qual observa haver “vontade das autoridades congolesas de acelerar” o processo.

Dirigindo-se às autoridades congolesas, ela pediu medidas mais enérgicas, incluindo a o aumento de locais para prestar assistência e proteger os deslocados, além de assegurar uma melhor segurança e o combate à impunidade. 

Resposta humanitária muito aquém das necessidades

De uma forma sem precedentes, a resposta humanitária em território congolês está muito aquém de responder as necessidades.

Como resultado dos ataques, cerca de 6,3 milhões de congoleses fugiram de suas casas. Acima de 2,8 milhões de pessoas são das províncias de Ituri, Kivu do Norte e Kivu do Sul.

Os movimentos dos moradores aumentaram com a inflação, as epidemias e os desastres naturais, incluindo inundações de maior em Kivu do Sul. 

Mais de 470 pessoas perderam a vida e vários milhares desapareceram e foram afetados. 

Ao mesmo tempo, quase 26 milhões de pessoas enfrentam insegurança alimentar na RD Congo.