Epidemiologista da OMS morre am ataque a centro de saúde na RD Congo
Richard Valery Mouzoko Kiboung atuava na resposta contra surto de ebola; secretario-geral condenou o ato que deixou mais duas pessoas feridas.
Um ataque a um centro de saúde em Butembo, na província de Kivu do Norte da República Democrática do Congo, RD Congo, causou a morte do epidemiologista Richard Valery Mouzoko Kiboung. Ele atuava na equipe da Organização Mundial da Saúde, OMS, na resposta ao surto de ebola que afeta o país.
Segundo a ONU, outras duas pessoas ficaram feridas mas se acredita que estão em condições estável. O ataque ocorreu durante uma reunião de coordenação que estava sendo realizada no hospital.
Guterres
Em comunicado emitido pelo seu porta-voz, o secretário-geral da ONU, condenou o ataque e enviou suas condolências à família da vítima, desejando uma rápida recuperação aos feridos.
António Guterres fez um apelo às autoridades congolesas para que não poupem esforços para identificar e levar rapidamente à justiça os autores do ataque.
OMS
O chefe da ONU também expressou sua solidariedade ao povo e ao Governo da RD Congo e reiterou a determinação do sistema das Nações Unidas de continuar seu trabalho em apoio às autoridades congolesas para acabar com o surto de ebola.
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Ghebreyesus, disse que ele e toda a OMS estão “profundamente tristes com a perda do nosso colega e irmão Dr. Mouzoko”.
Ghebreyesus acrescentou que o epidemiologista “se colocou na linha de frente para salvar vidas na República Democrática do Congo” e que este é “um lembrete trágico dos riscos que os profissionais de saúde tomam todos os dias para proteger a vida e a saúde dos outros.”
Today we lost one of our very own: Dr Richard Valery Mouzoko Kiboung, an epidemiologist deployed in the #Ebola response in #DRC, during a hospital attack in Butembo.
— Tedros Adhanom Ghebreyesus (@DrTedros) April 19, 2019
We grieve together with his family during this difficult time. pic.twitter.com/dJ52VL64Yn
Em mensagem no Twitter, o chefe da OMS disse que ficou “devastado” após falar com a viuva de Mouzoko, que vive em Camarões. O epidemiologista deixou quatro filhos, com entre 12 e seis anos de idade.
Ghebreyesus falou ainda sobre a indignação com o ataque, destacando que “os trabalhadores de saúde e as unidades de saúde nunca devem ser alvos”.
O chefe da OMS contou que a situação de segurança está sendo avaliada para garantir que todos os pacientes, trabalhadores de saúde e os que atuam na resposta ao ebola estejam seguros.
Ao finalizar, o representante disse que a agência continua comprometida “em continuar apoiando o Ministério da Saúde da RD Congo para acabar com o surto o mais rápido possível”.