Perspectiva Global Reportagens Humanas
Boisas-azuis atuam na complexidade da segunda maior floresta tropical do mundo

General destaca diferencial de brasileiros no apoio à busca de paz na RD Congo BR

Monusco
Boisas-azuis atuam na complexidade da segunda maior floresta tropical do mundo

General destaca diferencial de brasileiros no apoio à busca de paz na RD Congo

Paz e segurança

Chefe da força internacional fala da história compartilhada entre o Brasil e nações africanas; conhecimento da floresta amazônica é agora passado adiante para melhorar ação de tropas de paz na vasta selva congolesa; ameaças são maiores no leste do país onde operam mais de 100 grupos armados.

É com base em pontes do passado e presente que brasileiros dizem apoiar “com orgulho” a estabilização da República Democrática do Congo, RD Congo.

O oficial de mais alto escalão na operação de paz é o comandante das forças da Missão da ONU no país, Monusco. Marcos de Sá Affonso da Costa lista os fatores que ligam as tropas do Brasil às comunidades no país da região central da África.

Recompensa

O Brasil conta ainda com 20 militares a serviço da missão, cuja atuação é assumida pelos integrantes como uma “recompensa”. Para o general, apesar da quantidade limitada de brasileiros operando na RD Congo, eles representam bem seu país.

General brasileiro destacou que boinas-azuis da ONU são alvos de protestos
Monusco
General brasileiro destacou que boinas-azuis da ONU são alvos de protestos

 

“Nós somos uma cultura voltada para a comunidade e para a família. Então, nós temos uma capacidade de integração muito grande. Eu acredito que a maior presença de países que já trazem a vontade de entender a mão e trabalhar com comunidades, ainda que não falem a língua local, eles conseguem interagir mesmo com gestos e  poucas palavras. Temos intérpretes.  Ela (a presença de brasileiros) é muito bem-vinda aqui.”

Pelo sétimo ano, um oficial do Brasil lidera a operação de paz que já foi a maior do mundo. Atualmente, boinas-azuis de vários países recebem capacitação pelos membros do batalhão brasileiro da selva para melhorar a atuação no contexto do país africano.

O general  disse que militares brasileiros fortalecem as capacidades de tropas de um número cada vez maior de países. A meta é atuar na complexidade da segunda maior floresta tropical do mundo, que está somente atrás da amazônica. Ele também destaca todo o potencial congolês para se conseguir um avanço econômico.

Nós somos uma cultura voltada para a comunidade e para a família. Então, nós temos uma capacidade de integração muito grande

Populações

“Boa parte da nossa população veio dessas regiões e formou o que é o Brasil hoje. A gente tem a sensação de estar realmente num país irmão. Não só com um irmão com quem se tem relações cordiais e diplomáticas, mas realmente com gente que compõe as populações que formaram o Brasil, tal como são os angolanos e moçambicanos. Além do lado de uma missão militar e complexa, e de termos que combater os grupos armados, o que fica para mim, e acredito para os outros militares que aqui servem, os brasileiros com certeza, a intenção de ajudar as comunidades para que elas se desenvolvam. É um país maravilhoso. Há riquezas naturais à vontade. Terras com muita fertilidade. Eles precisam é de paz.”

Monusco ajuda a acalmar manifestações iniciadas em julho
Monusco
Monusco ajuda a acalmar manifestações iniciadas em julho

 

Em terras congolesas atuam mais de 100 grupos armados. Atualmente, os boinas-azuis da ONU são alvos de protestos.

Além de enfrentar ameaças armadas contra civis, as forças da Monusco apoiaram o socorro em diversos surtos de doenças como ebola, sarampo, e, mais recentemente, a Covid-19.

Hoje, o foco está em acalmar as manifestações iniciadas em 25 de julho, que causaram pelo menos 36 mortes na área oriental. O número de vítimas inclui quatro integrantes das forças de paz, além de 170 feridos.

 

Além de enfrentar ameaças armadas contra civis, as forças da Monusco apoiaram o socorro em diversos surtos de doenças
Monusco/Force
Além de enfrentar ameaças armadas contra civis, as forças da Monusco apoiaram o socorro em diversos surtos de doenças