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Evento quer acelerar doação de US$ 3 bilhões para ajuda humanitária ao Sudão e região

Preocupação nos movimentos populacionais do Sudão é com centenas de crianças feridas e separadas de suas famílias
© Unicef/UN0854045/
Preocupação nos movimentos populacionais do Sudão é com centenas de crianças feridas e separadas de suas famílias

Evento quer acelerar doação de US$ 3 bilhões para ajuda humanitária ao Sudão e região

Ajuda humanitária

Secretário-geral assinala crise humanitária transformada em uma catástrofe afetando mais de metade da população sudanesa; 10 semanas de confrontos desalojaram mais de 2,5 milhões de pessoas; FAO alerta que realidade atual deverá escalar de forma substancial em todo o país.

As Nações Unidas realizam nesta segunda-feira uma conferência de doadores, em Genebra, procurando financiamento para o plano de resposta de US$ 3 bilhões de ajuda ao Sudão. 

Menos de 17% do valor já foram assegurados, alertou o secretário-geral em discurso virtual aos participantes. António Guterres fez um apelo em favor da contribuição internacional para auxílio humanitário e apoio essencial aos que vivem em condições mais difíceis e perigosas. 

Mais de 2,5 milhões de pessoas deixaram suas casas

Guterres agradeceu a hospitalidade das nações vizinhas, mas pediu que se faça todo o possível para manter as fronteiras abertas. Antes do conflito, o Sudão lidava com uma crise humanitária agora “transformada em uma catástrofe que afeta mais da metade da população sudanesa”. 

Dados da OIM destacam que as atuais necessidades atingiram níveis recordes contra a população civil levaram 15 mil pessoas a fugir para o Chade
Pnud Sudão
Dados da OIM destacam que as atuais necessidades atingiram níveis recordes contra a população civil levaram 15 mil pessoas a fugir para o Chade

A ONU organiza o evento em parceria com a União Europeia, o Egito, a Alemanha, o Catar e a Arábia Saudita.

A Organização Internacional para Migrações, OIM, destaca que, em 10 semanas, mais de 2,5 milhões de pessoas já deixaram suas casas para áreas dentro e fora do território sudanês.

No terreno, o Programa Mundial de Alimentar, PMA, entregou assistência de emergência a mais de 1 milhão de pessoas somente nas últimas seis semanas de operações. 

Necessidades atingiram níveis recordes

A agência, que interrompeu suas ações logo após o início confrontos, disse ter acelerado o ritmo das distribuições com a piora dos combates que agravam a situação humanitária em 14 dos 18 estados sudaneses.

Necessidades atingiram níveis recordes no Sudão e ainda não há sinal de fim do conflito
Pnud Sudão

Para o diretor do PMA no Sudão, Eddie Rowe, as necessidades atingiram níveis recordes no Sudão e ainda não há sinal de fim do conflito.

Já a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, revelou que a atual crise deve piorar de forma substancial em todo o país com o aproximar do período de escassez, que se estenderá de junho a setembro.

A agência precisa com urgência de US$ 95,4 milhões para alcançar 15 milhões de pessoas com várias intervenções essenciais. Entre elas estão a entrega de sementes e de equipamentos agrícolas aos agricultores, além da proteção e repovoamento dos rebanhos dos pastores.

Necessidades atingiram níveis recordes

A meta é fazer chegar sementes a mais de 1 milhão de agricultores vulneráveis e suas famílias, totalizando 5 milhões de pessoas. Em 2023, a FAO pretende beneficiar 1,3 milhão de pastores de gado reforçando a segurança alimentar e nutricional de cerca de 6,5 milhões de pessoas.

FAO alerta que realidade atual deverá escalar de forma substancial em todo o país
© Unicef/Ahmed Elfatih Mohamdee

Os dados da OIM destacam que as atuais necessidades atingiram níveis recordes contra a população civil levaram 15 mil pessoas a fugir para o Chade devido aos combates em El Geneina e outros locais no oeste de Darfur.

A preocupação nos movimentos populacionais do Sudão é com centenas de crianças feridas e separadas de suas famílias. Elas chegam ao destino a pé, a cavalo e em caminhonetes sem seus pertences e muitas vezes em condições físicas deploráveis.

Com parceiros, a agência oferece resposta em  postos-chaves de fronteira e áreas dos países vizinhos que acolhem pessoas fugidas do Sudão, país onde as necessidades crescentes superam os recursos disponíveis.