Relatora da ONU pede reconhecimento para defensores de direitos humanos
Para Mary Lawlor, está é uma maneira de proteger o trabalho deles; ela destaca 25 anos de declaração para promover ativismo e resultados alcançados; relatório que enumera sucessos e faz recomendações para apoiar avanços foi lançado nesta quarta-feira na 52ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos.
A relatora especial da ONU sobre a situação dos defensores dos direitos humanos, Mary Lawlor, pediu aos países para que reconheçam publicamente os grandes sucessos alcançados pelos defensores dos direitos humanos em todo o mundo.
Em relatório apresentado nesta quarta-feira ao Conselho de Direitos Humanos, ela afirmou que as conquistas positivas dos ativistas são pouco reconhecidas globalmente.
![Relatora especial da ONU sobre a situação dos defensores dos direitos humanos, Mary Lawlor Relatora especial da ONU sobre a situação dos defensores dos direitos humanos, Mary Lawlor](https://global.unitednations.entermediadb.net/assets/mediadb/services/module/asset/downloads/preset/Libraries/Production%20Library/10-08-2021-OHCHR-Mary-Lawlor.jpg/image1170x530cropped.jpg)
Sucesso ignorado
Na avaliação dos relatores, embora exista uma declaração para promover e proteger esses trabalhadores há mais de 25 anos, os sucessos alcançados por eles são ignorados.
Eles foram capazes de mudar leis, libertar pessoas da prisão, fornecer ajuda humanitária e denunciar de corrupção. O relatório ainda aponta que, para alguns defensores dos direitos humanos, o simples fato de continuar seu trabalho sob imensa pressão já é uma conquista.
Mary Lawlor afirma que os defensores dos direitos humanos muitas vezes “são vítimas de seu próprio sucesso”, sendo visados porque confrontam “poderosos interesses escusos” e expõem a corrupção.
Ela adiciona que esses profissionais se recusam a aceitar a injustiça, desafiam gangues criminosas, falam sobre questões que os governos querem esconder e dizem a verdade porque buscam realizar o bem.
Proteção dos defensores de direitos humanos
Para a relatora, os Estados podem e devem fazer mais para proteger os defensores. Ela sugere que celebrar publicamente o trabalho feito por eles é um passo importante.
O relatório observa que os sucessos alcançados pelos defensores de direitos humanos raramente acontecem da noite para o dia, mas geralmente são o resultado de longas lutas que exigem perseverança e a ajuda de redes e outros aliados em um esforço coletivo.
Lawlor adiciona que ignorar ou subestimar a contribuição vital do grupo “aumenta os riscos para eles e seu trabalho”.
Assim, ela defende que em celebração ao aniversário da Declaração, este deve ser um ano de reconhecimento dos sucessos dos defensores, não apenas de reafirmar o compromisso de ajudá-los, mas também de mostrar em termos práticos o que essa ajuda deve ser.
O relatório inclui recomendações práticas aos países, baseadas em consultas com defensores de direitos humanos, ONGs, especialistas acadêmicos e funcionários do governo, sobre como melhor apoiar o trabalho dos defensores e promover suas conquistas.
*Os relatores de direitos humanos são independentes das Nações Unidas e não recebem salário pelo seu trabalho.