África Ocidental vê piora na ação de grupos armados e ataques no Golfo da Guiné

Grupos armados, extremistas violentos e redes criminosas ditam fechamento de escolas e hospitais; representação regional das Nações Unidas reforça interação com partes envolvidas em eleições esperadas em vários países neste ano.
Em sessão do Conselho de Segurança sobre a Consolidação da Paz na África Ocidental, a ONU alertou para o agravamento da insegurança causada por grupos armados e ataques nos países ao longo da costa do Golfo da Guiné.
A atualização aos 15 Estados-membros foi feita pela vice representante especial do secretário-geral das Nações Unidas na região. Giovanie Biha pediu que continue o apoio internacional à Estratégia Integrada das Nações Unidas para o Sahel.
Os três pilares do plano regional destacam a construção de resiliência, a promoção da boa governança e o fortalecimento da paz e segurança regionais.
A enviada explicou que o aumento de ataques contra vários territórios ameaça as vias de transporte para os países sem litoral mais ao norte. Biha pediu “uma abordagem holística” para enfrentar esta realidade e que esta seja aplicada junto à Iniciativa da Força Conjunta.
Em todo o Sahel, milhões de alunos não podem continuar seus estudos porque mais de 10 mil escolas tiveram que fechar.
A mesma situação ocorre com cerca de 7 mil centros de saúde que sofreram com as atividades de grupos armados, extremistas violentos e redes criminosas.
Estas organizações não estatais combatem entre si pela supremacia e controle dos recursos, segundo a ONU. A situação causa “miséria incalculável” a milhões de pessoas que tiveram que deixar suas comunidades em busca de segurança.
Os desafios do Sahel Central atingiram uma escala “sem precedentes” em termos de insegurança, apoio humanitário e instabilidade sociopolítica. A situação é agravada pelo impacto das mudanças climáticas e pela insegurança alimentar agora acentuada pelo conflito na Ucrânia.
Giovanie Biha acrescentou que o Escritório da ONU para a África Ocidental e o Sahel atua junto aos envolvidos e parceiros nacionais para promover o consenso político e garantir equilíbrio antes de eleições marcadas para este ano na sub-região.