Relator diz que Mianmar continua tendo desafios em direitos humanos
Tomás Ojea Quintana concluiu visita de seis dias ao país do sudeste asiático; confrontos entre budistas e islâmicos matou 78 pessoas no mês passado.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.
O relator das Nações Unidas para a situação dos direitos humanos em Mianmar, a antiga Birmânia, afirmou que o país continua enfrentando desafios na área.
Tomás Ojea Quintana encerrou, no sábado, uma viagem de seis dias a Mianmar.
Segundo ele, houve progressos como o aumento da participação da sociedade civil e de partidos políticos no processo de reforma.
Funcionários da ONU
Mas para o relator, o país do sudeste asiático tem que enfrentar sérios desafios de direitos humanos se quiser obter sucesso na transição democrática.
Ojea Quintana citou, por exemplo, os confrontos entre birmaneses budistas e muçulmanos que deixaram 78 mortos e milhares de deslocados no estado de Rakhine, em junho.
Ele disse que as prisões de opositores políticos continuam ocorrendo, e que até mesmo seis funcionários da ONU foram detidos em Mianmar.
Prêmio Nobel
O relator pediu uma investigação independente e crível sobre as alegações de violações dos direitos humanos cometidas por pessoas ligadas aos estado de Rakhine.
Ele disse que ficou preocupado com o tratamento dado aos presos após ter um encontro com alguns deles.
Durante a visita, Ojea Quintana se reuniu também com a líder da oposição e ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi.
Mianmar é liderado por uma junta militar desde 1990.