Conselho de Segurança volta a se reunir sobre Ucrânia após ataque à usina nuclear do país BR

Reino Unido convocou sessão de emergência, horas após o ataque à instalação em Zaporizhzhia, considerada a maior usina nuclear da Europa, que passou ao controle de forças russas; chefe da Agência Internacional de Energia Atômica, Aiea, também falou na reunião.
O Conselho de Segurança realiza, nesta sexta-feira, uma reunião de emergência para discutir a situação na Ucrânia após os ataques de forças russas à Usina Nuclear de Zaporizhzhia.
A embaixadora do Reino Unido, Barbara Woodward, afirmou que essa é a primeira vez que um Estado ataca uma usina nuclear em pleno funcionamento, o que fere as leis do direito internacional e as Convenções de Genebra.
Após a ofensiva, na madrugada de quinta-feira, forças russas tomaram o controle da usina. A Agência Internacional de Energia Atômica, Aiea, disse que um projétil atingiu um prédio nos arredores da usina, iniciando o incêndio, que foi controlado horas depois.
De acordo com a Aiea, os sistemas de segurança dos seis reatores da usina não foram afetados e não houve liberação de material radioativo.
Na abertura da reunião no Conselho de Segurança, a subsecretária-geral de Assuntos Políticos e Consolidação da Paz, Rosemary DiCarlo, também ressaltou a importância de manter a segurança das instalações nucleares e lembrou o desastre de Chernobil, em 1986.
Para DiCarlo, operações militares em torno de instalações nucleares e outras infraestruturas civis críticas não são apenas inaceitáveis, mas altamente irresponsáveis.
Assim, ela afirmou que todos os esforços devem ser feitos para evitar um “incidente nuclear catastrófico”.
Ao assumir a palavra, por videoconferência, o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica, Rafael Mariano Grossi, falou aos membros do órgão diretamente do avião a caminho do Irã.
Ele se ofereceu para visitar a Usina Nuclear de Chernobil para garantir o compromisso dos países com a segurança das centrais nucleares da Ucrânia.
Para ele, "já é hora" de impedir o conflito que coloca as instalações nucleares em risco. Ele explicou que sua visita seria exclusivamente para assegurar a continuidade regular das operações, de forma mais técnica, sem sobrepor os esforços diplomáticos em curso.
Segundo Grossi, o governo afirma que não há alterações nos níveis de radiação.
O diretor da Aiea também destaca que os bombardeios na área de uma usina nuclear violam o princípio fundamental da segurança da integridade física das instalações nucleares.
A agência da ONU informou que a situação continua delicada e ainda não foi possível acessar todo o local para avaliar se todos os sistemas de segurança estão totalmente funcionais.
O Centro de Incidentes e Emergências da Aiea está em alerta máximo devido aos eventos na central nuclear de Zaporizhzhia, de acordo com o diretor-geral. O Centro estará disponível para receber, avaliar e divulgar continuamente informações sobre os desenvolvimentos.