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Peru deve responder pelos danos causados por vazamento de petróleo na costa BR

Litoral peruano que foi afetado pelo grande derramamento de óleo. Estima-se que 6 mil barris de petróleo tenham sido derramados, afetando mais de 700 hectares de água e 180 hectares de litoral
Presidência do Peru
Litoral peruano que foi afetado pelo grande derramamento de óleo. Estima-se que 6 mil barris de petróleo tenham sido derramados, afetando mais de 700 hectares de água e 180 hectares de litoral

Peru deve responder pelos danos causados por vazamento de petróleo na costa

Clima e Meio Ambiente

Cerca de 80 km do litoral foram contaminados pelo desastre ecológico devido ao derramamento de combustível, há um mês; mancha chegou a mais de 1,4 mil hectares de mar e terra; 500 hectares de reservas de fauna marinha em áreas naturais protegidas foram afetados. 

Especialistas da ONU em meio ambiente sugerem a criação de um novo mecanismo de recuperação para lidar com os efeitos ambientais que impactaram de forma incalculável as comunidades locais após um vazamento de petróleo no Peru.

Em 15 de janeiro, uma refinaria derramou pelo menos 11,9 mil barris de combustível no mar depois da explosão do vulcão em Tonga. O incidente ocorreu perto da localidade de Ventanilla, a cerca de 20 km ao norte da capital peruana, Lima.

Vazamento de petróleo aconteceu no mar e na área costeira na província de Callao.
Foto: Presidência do Peru.
Vazamento de petróleo aconteceu no mar e na área costeira na província de Callao.

Fauna

O governo declarou uma emergência ambiental. Mais de 1,4 mil hectares de mar e terra e 500 hectares de reservas de fauna marinha foram atingidos. Todos em áreas naturais protegidas. O acidente contaminou cerca de 80 km da costa. O desastre está sendo considerado o maior na história recente do país.
Técnicos internacionais recomendaram gestão dos impactos ambientais, sociais e humanitários do derramamento, além do reforço de estruturas nacionais de preparação e resposta a desastres.

As Nações Unidas prometem continuar apoiando a resposta do Peru pelos próximos meses, em ações como a avaliação do impacto social do desastre. Os efeitos do derramamento se estenderam à vida selvagem e aos recursos naturais resultando em prejuízos a famílias que vivem da pesca e atividades do turismo. De acordo com a missão de especialistas da ONU, ainda não houve uma avaliação dos danos do desastre.

Vista aérea da região afetada pelo vazamento de petróleo na costa do Peru.
Foto: Presidência do Peru.
Vista aérea da região afetada pelo vazamento de petróleo na costa do Peru.

Danos

O grupo aponta a urgência “para conhecer melhor os danos sofridos, as necessidades atuais, o impacto no modo de vida, e ter uma ideia do gênero, idade e localização da população que passa necessidades.”

A prioridade deve ser para uma análise da demanda dos afetados, que assegure a “possibilidade de realização de mecanismos de comunicação e participação das comunidades em planos de assistência e recuperação socioeconômica”.

O estudo lembra a responsabilidade do Estado de criar canais formais de participação e comunicação com a população que levem implementação de soluções assegurando também altos padrões de prestação de contas e transparência.

Os especialistas foram convidados pelo Peru para uma análise rápida do impacto socioambiental e ajuda às autoridades na gestão e coordenação da resposta de emergência.

Acidente ocorreu em Ventanilla, no Peru.
Foto: Presidência do Peru.
Acidente ocorreu em Ventanilla, no Peru.

Reduzir o risco

O grupo enfatizou contenção, mitigação e limpeza da área, gestão e coordenação da contingência nas áreas ambiental, socioeconômica e humanitária e recomendações sobre como reduzir o risco de futuros vazamentos de petróleo no oceano.

A análise enfatiza que a contaminação de zonas costeiras e litorais podem ter um efeito negativo, de longo prazo, em mariscos e conchas. Por isso, os técnicos sugerem um plano de monitoramento ambiental que determine quando será mais seguro retornar às praias e consumir os produtos marinhos.

Tendo em conta as possíveis dificuldades nas ações de resposta ao desastre, a recomendação é que o Sistema de Comando de Incidentes fique a cargo desse novo mecanismo e administre futuras emergências com empresas responsáveis pela limpeza.

Os especialistas pedem que entidades nacionais tenham maiores capacidades para finalizar uma avaliação inicial, além de definir necessidades de um novo plano de contingência para enfrentar este tipo de desastres ambientais envolvendo diversos setores nacional.