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Catarina Furtado (dir) é Embaixadora da Boa Vontade do Unfpa.

Catarina Furtado quer mais investimentos para prevenir mutilação genital feminina

Foto: Khaled Abdulwahab
Catarina Furtado (dir) é Embaixadora da Boa Vontade do Unfpa.

Catarina Furtado quer mais investimentos para prevenir mutilação genital feminina

Saúde

Embaixadora do Fundo de População das Nações Unidas defende maior vigilância em prol de meninas e de mulheres; apresentadora de TV afirma ter conhecido ao longo do tempo vítimas em Portugal e na Guiné-Bissau que decidiram se tornar ativistas pelo fim da prática.  

A embaixadora da Boa Vontade do Fundo de População das Nações Unidas, Unfpa, Catarina Furtado, pede mais investimentos para se atuar “na defesa, na promoção, na educação e no empoderamento das meninas e das mulheres”. 

A mensagem de vídeo da apresentadora de televisão portuguesa foi divulgada para marcar o Dia Internacional de Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina, em 6 de fevereiro.  

Sobreviventes e guerreiras  

Catarina Furtado, embaixadora do Unfpa, faz apelo ao fim da mutilação genital feminina.

 

Catarina Furtado lembra que a pandemia de Covid-19, as crises humanitárias e o crescimento populacional ocorridos desde 2020 agravaram os já “enormes desafios” de combate à prática.  

“Não podemos então aceitar que os Estados continuem a reduzir os investimentos na prevenção e no trabalho de cooperação. Temos de promover pontes entre os países e as comunidades. Em prol de todas as meninas e mulheres, temos mesmo de ser mais vigilantes e agentes de mudança. Eu no meu trabalho conheço muitas mulheres guerreiras que vivem ou sobrevivem com algum tipo de MGF, mas que escolhem corajosamente o caminho do ativismo pelos direitos, ao mesmo tempo em que assistem a uma diminuição dos recursos perante o silêncio de tantos milhares de pessoas.” 

Catarina Furtado afirmou ser testemunha do trabalho de meninas e de mulheres em Portugal e na Guiné-Bissau, que são ativistas pelo abandono da mutilação genital feminina. 

Prática é crime em Portugal  

Agências de notícias mencionam um levantamento recente revelando existir cerca de 6,5 mil vítimas da mutilação genital feminina em Portugal, porém apenas 10% dos casos foram registrados no Sistema Nacional de Saúde do país.  

No ano passado, foram identificados oficialmente 141 casos da prática considerada um crime em Portugal. 

Catarina Furtado lembra que 2 milhões de meninas e jovens poderão ser submetidas à prática até 2030 e, por isso, a embaixadora da Boa Vontade do Unfpa considera essencial a aceleração dos investimentos de combate à mutilação genital.