Nações Unidas condenam uso da força em comunidade no Rio de Janeiro BR

Escritório de Direitos Humanos pede investigação imparcial e independente após oito corpos terem sido encontrados no Complexo do Salgueiro, município de São Gonçalo; porta-voz lembra que operação policial aconteceu apesar da decisão do STF que restringe ações nas favelas durante pandemia de Covid-19.
O Escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas defende uma investigação imparcial e independente para se descobrir o que aconteceu de fato no Complexo do Salgueiro, no município de São Gonçalo, Rio de Janeiro.
Oito corpos foram encontrados na segunda-feira em um manguezal vizinho, após uma operação policial no local.
Nesta terça-feira, em Genebra, a porta-voz do Escritório da ONU foi questionada por um jornalista sobre a situação.
Marta Hurtado destacou que o Supremo Tribunal Federal proibiu, em 2020, operações policiais nas favelas do Rio de Janeiro enquanto durar a pandemia de Covid-19.
Hurtado lembra às autoridades do Brasil que o uso da força deve ser aplicado somente quando for estritamente necessário e respeitando os princípios da legalidade, necessidade e proporcionalidade.
A porta-voz disse ainda que a força letal deve ser o último recurso e apenas usada quando existe de fato uma ameaça à vida.
O Escritório de Direitos Humanos da ONU está pedindo ao Ministério Público uma investigação eficaz e totalmente imparcial sobre o caso no Complexo do Salgueiro. Marta Hurtado destacou também a importância de garantir que os responsáveis pelas mortes sejam responsabilizados.
Outro ponto ressaltado pela porta-voz foi o de que o Brasil precisa, com urgência, rever o modelo atual de ações policiais nas favelas.