
Conflito sírio “muito longe” do fim e é agravado por ações terroristas
Enviado das Nações Unidas lembra importância de cooperação para maior eficácia do contraterrorismo; chefe humanitário alerta sobre maior movimento de deslocados desde o anúncio do cessar-fogo em março do ano passado.
O enviado especial da ONU para a Síria alertou esta terça-feira sobre os riscos do aumento da violência em várias áreas. Geir Pedersen informou ao Conselho de Segurança que o conflito armado está “muito longe” de chegar ao fim.
Na sessão, ele apontou recentes ataques de grupos terroristas que constam da lista do órgão. Para o enviado, esses atos “lembram que os esforços para combater o terrorismo são essenciais, e que para serem eficazes requerem cooperação, coordenação e ações estritamente dentro dos limites do direito internacional.”
Ataques
Sobre a escalada observada em muitas partes do país nos últimos meses, Pedersen destacou a intensificação dos ataques aéreos e bombardeios.

Ele disse que continua fazendo esforços para facilitar a convocação de uma sexta sessão de representantes do Comitê Constitucional.
As causas de impasse envolvem a “falta de confiança e também de vontade política, que paralisaram os esforços para avançar em uma solução política.”
Pedersen mencionou ainda que falta ação sobre “o crucial dossier sobre detidos, abduzidos e pessoas desaparecidas.”
Bombardeios
Na reunião, o subsecretário-geral para Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, sublinhou que pelo menos 53 civis morreram em junho e julho em ataques aéreos e bombardeios no noroeste.

O também coordenador de Ajuda de Emergência destacou danos na infraestrutura civil essencial e o deslocamento de mais de 20 mil pessoas, no maior movimento observado desde o anúncio do cessar-fogo em março do ano passado.
Assassinatos e ameaças a mulheres e meninas aumentaram o clima de medo, expostas a maior risco de exploração e abuso sexuais com as terríveis necessidades dos campos e a extrema vulnerabilidade e dependência de ajuda.
A operação humanitária síria é uma das maiores em todo o mundo alcançando cerca de 6,6 milhões de pessoas por mês em todo o território nacional.
Martin Griffiths realçou que as necessidades superam a resposta, ao pedir muito mais apoio para aliviar o sofrimento na Síria.