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Consumidor também terá que pagar mais por carnes e laticínios

Preços de alimentos seguem em alta pelo nono mês consecutivo  BR

Ocha/Giles Clarke
Consumidor também terá que pagar mais por carnes e laticínios

Preços de alimentos seguem em alta pelo nono mês consecutivo 

ODS

FAO anuncia aumento de 2,8% entre janeiro e fevereiro; açúcar, oleaginosas e cereais influenciaram subida no Índice de Preços de Alimentos; Brasil aumenta processamento de cana-de-açúcar para produção de etanol. 

Os preços dos alimentos subiram pelo nono mês consecutivo em fevereiro, atingindo o nível mais alto desde julho de 2014. Com um acréscimo de 2,8%, o Índice de Preços de Alimentos bateu 116 pontos contra 113 de janeiro. 

Nesta quinta-feira, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, atualizou a sua medição mensal realçando que o grupo do açúcar foi o de maior impacto na alta com 6,4%. 

Brasil 

Nesta categoria, o Brasil, o maior exportador mundial, contribuiu para a alta após a possibilidade de receber mais moagem da cana-de-açúcar para a produção de etanol. Esse seria um efeito das restrições logísticas que vêm afetando embarques da Índia e também a alta dos preços do petróleo. 

Produção de milho na Argentina e no Brasil deve atingir níveis bem acima da média em 2020
Unep Grid Arendal/Riccardo Pravettoni
Produção de milho na Argentina e no Brasil deve atingir níveis bem acima da média em 2020

Já as oleaginosas registram a segunda maior alta puxada pelo aumento de custos alimentares com 6,2% em fevereiro.  

É a maior subida desde abril de 2012 com o encarecimento do  óleo de palma pelo nono mês.  

O terceiro produto mais caro nas prateleiras no mês passado foram os cereais. Subiram o milho e o arroz, já o trigo permaneceu estável. 

Embora em um menor grau, o consumidor também terá que pagar mais por carnes e laticínios. 

Cereais 

A FAO anunciou que as colheitas de cereais apontam para um recorde no ano passado. Segundo a agência da ONU, uma reavaliação em alta em 17 milhões de toneladas em relação aos 2.761 milhões de toneladas calculadas em janeiro levou à correção das previsões das 7,5 milhões de toneladas na produção mundial de trigo, impulsionada pelos novos dados da Austrália, da União Europeia, do Cazaquistão e da Rússia 

Na América do Sul, a produção de milho na Argentina e no Brasil “deve atingir níveis bem acima da média em 2020”. A situação é resultado de grandes safras nos dois países, apesar das condições climáticas que baixaram a produtividade e as perspectivas gerais de produção.  

Na África Austral, as previsões são favoráveis, mesmo tendo havido eventos climáticos extremos que causaram perdas localizadas de safras.  

Índice de Preços de Alimentos bateu 116 pontos em fevereiro de 2021
Foto: FAO/Alessia Pierdomenico
Índice de Preços de Alimentos bateu 116 pontos em fevereiro de 2021