Enviado da ONU disse ao Conselho de Segurança que é preciso vontade das partes envolvidas para acabar com o conflito; chefe humanitário alerta para perda de oportunidade para a paz, se o país entrar em situação de fome em grande escala.
Em debate doConselho de Segurançasobre o Iêmen,o enviado especial do secretário-geral no país pediu queos participantes nas negociações em Amã, na Jordânia, nãopercam a chance de acabar com a guerra.
Martin Griffiths pediuesta quinta-feiraquea rodada dediscussões,quejá duratrês semanas,prossiga em boa-fé para que tenha um desfecho bem-sucedido. Ele pediu a libertação imediata e incondicional de todos os civis detidos, doentes, feridos, idosos e crianças, incluindo mulheres e jornalistas.
Negociação
O mediador disse acreditar num acordo sobre mecanismos para lidar com questõescomo cessar-fogo, portos deHodeidae aeroporto de Sanaa. Para ele,é preciso“vontade política para acabar com o conflito”.
Foto: ONU/Loey Felipe
Enviado especial para o Iêmen, Martin Griffiths, participa em encontro do Conselho de Segurança
O enviado defende que,comum entendimento sobreessasquestões,os iemenitasteriam umapausa nos ciclos de violência. A situaçãofacilitaria a circulação de pessoas e bens, além de criar um ambiente propício para negociações inclusivas para o fim da guerra.
Griffiths ressaltou que o processo político precisa ser retomado imediatamente ao alertar que “um cessar-fogo nacional não será sustentável se não estiver vinculado a progresso na via política”.
Já o subsecretário-geral para Assuntos Humanitários, MarkLowcock, declarou que Iêmen estáàbeira dapiorfome em décadas.Ele destacou que“omundo corre contra otempo”,num cenário de400 mil crianças severamente malnutridas ena iminência de morrer defome.
Ocha
Pai com filho em assentamento de deslocados de Al-Dhale'e, no Iêmen
Fome iminente
O chefe humanitário da ONUdestacou que em todo o país existem 16 milhões de pessoas com carência alimentar. Deste total, cerca de 5 milhões enfrentamrisco defome.
Lowcockdestacou ainda que seria perdida uma oportunidade para a pazse oIêmenentrasse em situação de fome em grande escala. O subsecretário-geral mencionoucinco pontos de ação parao fim da crisehumanitária no país: proteção de civis, abertura do acesso humanitário, financiamento dessas operações, apoio à economia e progressos em direção à paz.
O chefe da Missão da ONU de Apoio ao Acordo deHodeida,Unmha, o generalAbhijitGuha, e apresidente do Comitê de Sanções para o Iêmen,IngaRhonda King,também apresentaram informes no evento.
Ocha/Mahmoud Fadel
De acordo com a ONU, o Iêmen é a maior crise humanitária do mundo.
Conferência de doadores
As Nações Unidas preparampara o1º de marçouma conferência de doadores para arrecadar fundos de auxílio.A Suécia ea Suíçacolaboram noevento virtualque queraumentar assistência para a que é considerada a pior crise humanitária do mundo.
As operaçõesinternacionaissão agora financiadas por um orçamento de austeridade diante da iminência da fomeeaumento da desnutrição infantil devido ao avanço do conflito eàescassez de fundos para manter a ajuda.
Em 2020, a organização e outros parceiros atuaram comcerca de US$ 1,9 bilhão, o equivalente àmetade dos US$ 3,6 bilhões que ajudaram a evitar a fomeno ano anterior.
Programas humanitários
O apelofeito aos doadoresé quevoltem a permitir o mesmo nível de financiamento, tendo em conta queváriasagências de auxíliojáforam forçadas a encerrar ou reduzir os programas.
Estima-se que o Plano de Resposta Humanitária 2021,que vem sendo preparadopela ONU e parceiros,esteja próximo deatingir US$ 4,2 bilhões devido aoaltorisco de fomeno país árabe.
Ocha
Menina e seu irmão em assentamento de deslocados de Al Dhale'e, no Iêmen