Iêmen: cessar-fogo em Hodeida entrou em vigor à meia-noite BR

Trégua deve marcar início do trabalho do comitê que integra as partes da consulta política de Estocolmo, na Suécia; encontro entre as partes do conflito resultou em acordo de troca de prisioneiros.
O cessar-fogo na cidade iemenita de Hodeida entrou em vigor à meia-noite desta terça-feira, hora local.
O Escritório do Enviado do Secretário-Geral das Nações Unidas para o Iêmen informou que com essa medida deve iniciar o trabalho do Comitê de Coordenação de Reorganização. O grupo deve implementar a trégua, como foi acordado na consulta política que terminou na semana passada na Suécia.
O acordo para o cessar-fogo em Hodeida é tido como “o primeiro grande avanço nos esforços de busca de paz” para o país árabe, que acontecem há cinco anos.
Esse entendimento foi alcançado em Estocolmo, com o apoio das Nações Unidas e da Suécia e resultou em medidas de construção de confiança visando preparar uma trégua maior e um ambiente para negociações políticas.
Na consulta, as partes concordaram na troca de prisioneiros, a qual acreditam que “demonstra a boa vontade de promover o processo de paz”, que seja abrangente e completo. Esse entendimento envolve pessoas detidas, desaparecidas, presas arbitrariamente, desaparecidas à força e que foram colocadas em prisão domiciliar durante o conflito.
Os princípios para essa troca incluem libertar essas pessoas sem exceções ou condições, e que sua libertação seja resolvida “completa e definitivamente”.
Em segundo lugar, cada uma das partes deve entregar todas pessoas que foram privadas de liberdade pelos iemenitas ou pela aliança internacional, liderada pela Arábia Saudita. O acordo estabelece ainda que nenhuma dessas partes terá o direito de se abster de extraditar qualquer pessoa e todas as partes devem ser obrigadas a cumpri-lo.
Os signatários também são obrigados a não excluir ninguém por qualquer motivo, e caso haja alguém que não seja libertado após o processo de troca, todas as partes serão obrigadas a fazê-lo de uma “forma imediata e incondicional”.
O Iêmen enfrenta a pior crise humanitária do mundo que deixou mais de 24 milhões de pessoas, ou três quartos da população, sem assistência e proteção.
As Nações Unidas calculam ainda que cerca de 20 milhões de pessoas enfrentam insegurança alimentar, sendo que metade delas não sabem como será a próxima refeição.
O conflito no Iêmen envolve o governo, reconhecido pela comunidade internacional, e combatententes da oposição houthi, que controlam a capital, Sanaa, e outros locais importantes.