Fórum de Diálogo Político escolhe primeiro-ministro de transição da Líbia BR

Setenta e três membros votaram em processo que envolveu as partes em conflito, em Genebra; Mohammed al-Menfi será o chefe do Conselho da Presidência e Abdulhamid Dbeibeh primeiro-ministro até as eleições de 24 de dezembro.
O Fórum de Diálogo Político da Líbia escolheu esta sexta-feira o novo governo interino do país.
O processo acompanhado pela ONU, em Genebra, elegeu Abdulhamid Dbeibeh como novo primeiro-ministro de transição.
Já Mohammed al-Menfi será o chefe do Conselho Presidencial, de três membros, que deverá liderar o país até as eleições previstas para 24 dezembro.
Na votação realizada pelos 73 membros do Fórum, tomaram parte cidadãos do país representando diferentes forças políticas.
O processo de eleição do Governo de Unidade é o desfecho de mais de cinco anos de crise no país do norte da África, que teve duas administrações rivais e grupos armados aliados.
Falando no fim da votação, a enviada interina da ONU na Líbia, Stephanie Williams, disse que, em nome da organização, tinha o prazer de testemunhar um “momento histórico”.
A representante declarou que a aposta da comunidade internacional era que os líbios fossem capazes de encontrar uma solução que fosse verdadeiramente dos seus cidadãos, tal como ocorreu.
Ela disse que resta à comunidade internacional validar e reforçar as decisões agora tomadas e que “estará observando os escolhidos” para garantir que permitam que “o povo líbio em 24 de dezembro possa eleger democraticamente os representantes e a liderança política da Líbia.”
Williams apontou como o primeiro desafio dos recém-eleitos “respeitar e traduzir a unidade e a inclusão criados no fórum na formação de um governo baseado no mérito, na competência e que seja representativo de todos os líbios, incluindo os jovens, os componentes culturais e as mulheres.”
A representante da ONU destacou o compromisso de se garantir que as mulheres ocupem pelo menos 30% dos cargos executivos seniores.
Em segundo lugar, ela mencionou que é preciso ação urgente para manter a data das eleições. Para isso destacou que as novas autoridades devem apoiar à Comissão Eleitoral e às instituições envolvidas para o fim dos arranjos constitucionais necessários para realizar o pleito.
Como terceiro desafio, a enviada realçou que o novo executivo de unidade deve lançar um processo de reconciliação nacional abrangente. A base deve ser o roteiro e os princípios da justiça de transição.
Para isso é preciso promover a cultura da amnistia e tolerância, ao mesmo tempo que se buscam a verdade e a indenização.
Por último, Wiliams destacou que o Governo de Unidade deve apoiar e implementar totalmente o acordo de cessar-fogo.
A enviada pediu “ação ousada e determinada” das autoridades interinas em apoio à Comissão Militar Conjunta 5+5, em particular para que seja reaberta a estrada costeira e retiradas “todas as forças estrangeiras e mercenários”.
A lista vencedora entre as quatro concorrentes na votação obteve 39 votos favoráveis e uma abstenção na segunda ronda. O total ultrapassou os 50% mais um dos 73 votos válidos.