Enviado da ONU deplora adiamento de formação de governo de unidade líbio

Conselho da Presidência suspendeu anúncio por dois dias; Martin Kobler pede liderança, coragem e determinação das autoridades; enviado recorda necessidade de frente unida para conter e eliminar o terrorismo.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
O enviado especial do secretário-geral das Nações Unidas para a Líbia, Martin Kobler, deplorou a decisão das autoridades locais de adiar a formação do governo de unidade.
O Conselho Presidencial devia revelar a composição do novo executivo no domingo, mas a decisão foi adiada por 48 horas. O enviado pediu respeito aos prazos previstos no acordo político para dar a conhecer os ministros do governo de unidade.
Divergências
O enviado declara que a Líbia está num momento crítico e que a determinação para iniciar um novo capítulo deve ser acompanhada de "medidas imediatas para acabar com a divisão política e abordar os inúmeros desafios" nas áreas de segurança, humanitária e económica.
O enviado considerou "apenas o primeiro passo" a formação de um novo executivo com o apoio dos líbios.
Ele citou ataques recentes de grupos terroristas como Daesh, denominação árabe do Estado Islâmico do Iraque e do Levante em cidades de Sidra, Ras Lanuf e Bengazi.
Para Kobler, tais ações contra instalações essenciais são um "poderoso lembrete" da necessidade de criar uma frente unida para conter e eliminar tal perigo crescente.
Interesses
O apelo do também chefe da Missão da ONU na Líbia, Unsmil, é que todos os intervenientes políticos e de segurança coloquem os interesses nacionais da Líbia sobre todas as outras considerações.
Kobler disse que nenhum esforço deve ser poupado ou chance perdida para que a janela de oportunidade da Líbia seja usada para interromper o alastramento de grupos terroristas ao indicar o Daesh, o Ansar al-Sharia e a al-Qaeda.
Terroristas
Para ele, todos os esforços para combater e eliminar tais grupos terroristas deve ser conduzido pelo Estado líbio.
Além de liderar os esforços coletivos para combater o terrorismo, Kobler considera essencial que o governo de unidade permita a formação de grupos armados empenhados na luta contra Daesh e de outras formações terroristas.
Ao executivo, o representante recomendou que dê prioridade ao treinamento de militares e de policiais além de as armar e equipar para permitir derrotar a tais grupos.
Embargo de Armas
Em cooperação com a comunidade internacional, a Unsmil reiterou o seu empenho em trabalhar com o governo de unidade. O propósito é garantir que o apoio e assistência sejam dados às autoridades líbias legítimas, em ações como a revisão do atual embargo de armas em vigor contra o país.
Kobler declarou que neste momento são necessárias liderança, coragem e determinação para enviar uma forte e clara mensagem ao povo que a Líbia deu o primeiro passo para a paz, para a segurança e para a prosperidade.
*Apresentação: Denise Costa.