
Dia Internacional das Pessoas com Deficiência marcado por apelos para mais inclusão e representatividade
Secretário-geral quer que indivíduos e organizações de apoio sejam mais ouvidos; para senadora brasileira Mara Gabrilli, crise de saúde causada pela pandemia expõe ainda mais as desigualdades e vulnerabilidades.
As Nações Unidas marcam neste 3 de dezembro o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência.
Em meio à pandemia, o secretário-geral António Guterres pediu uma recuperação com inclusão das aspirações e dos direitos das pessoas num cenário pós-Covid abrangente, acessível e sustentável.
Consulta
Para ele, essa visão só será alcançada através de uma consulta ativa às pessoas com deficiência e organizações que as representam.
Segundo a ONU, existem 1 bilhão de pessoas com deficiência. Elas estão os grupos mais expostos à exclusão da sociedade.
Falando à ONU News, de Brasília, a senadora brasileira e integrante do Comitê das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, Mara Gabrilli, realçou que as pessoas com deficiência precisam de maior representatividade.
“Somos um bilhão de pessoas com deficiência em todo mundo. Não compomos um microcosmo, mas um contingente gigante que vota, trabalha, consome, paga impostos e luta. Eu tenho muito orgulho e gratidão por todas as pessoas com deficiências, gente aguerrida que ‘mata um leão por dia’, para garantir seus direitos. Em tempos de crise como essa que a gente vive, nunca ficaram tão evidentes as desigualdades e vulnerabilidades dessa população. Nesse Dia Internacional da Pessoa com Deficiência lembro que nação alguma crescerá deixando as pessoas mais vulneráveis para trás. Elas são o parâmetro de direitos humanos de uma nação. Quando são respeitadas todo o restante da população também é.”

Esta semana, a ONU acolhe a Conferência dos Estados Partes da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência em simultâneo com 13ª sessão da Conferência dos Estados-Partes da Convenção de Direitos das Pessoas com Deficiência.
Exclusão
Diante da crise global de saúde, a organização enfatiza que as desigualdades preexistentes e a dimensão da exclusão têm sido destacadas. Essas são razões para melhorar a ação em favor aa inclusão de pessoas com deficiência.

Mara Gabrilli disse que esse momento mostra que ainda é necessário fazer mais pela população.
“A pandemia da Covid-19 nos mostrou que tudo o que temos feito em termos de política pública para pessoas com deficiência ainda está muito distante do que ainda precisamos fazer. E precisamos com urgência adotar práticas para atingir objetivo de promover a participação plena igual de pessoas com deficiência pelo desenvolvimento e pela inclusão dessas pessoas em todos os aspectos da sociedade. E isso é o que eu espero desse dia e de todos os outros do ano: igualdade de oportunidades.”
Educação
De acordo com a ONU, mesmo em circunstâncias normais, as pessoas com deficiência têm menos probabilidade de ter acesso a cuidados de saúde, educação, emprego e de participar na comunidade.
A organização defende uma abordagem integrada para garantir que as pessoas com deficiência não sejam deixadas para trás.
Em 2019, a organização lançou a Estratégia de Inclusão de Pessoas com Deficiência para elevar os padrões do desempenho na inclusão do grupo a todos os níveis e para aumentar a consciência sobre mudanças necessárias.
