Líderes internacionais unidos contra aumento da crise antimicrobiana
Iniciativa conta com chefes de Estado e governo, ministros, líderes do setor privado e da sociedade civil; resistência está dificultando tratamento de muitas infecções e deixando as pessoas mais expostas a doenças; relatório da OMS diz que problema eleva custos de saúde e de morte.
Uma ação conjunta de líderes internacionais, lançada nesta sexta-feira, quer acabar com a resistência antimicrobiana e garantir medicamentos eficazes no futuro.
A resistência ocorre quando o organismo não responde mais a antibióticos e outras drogas usadas para combater infecções e doenças.
FAO e OMS
O grupo foi formalizado pelos chefes de agências da ONU como a Organização para Alimentação e Agricultura, FAO, a Organização Mundial da Saúde, OMS e pela Organização Mundial para Saúde Animal, OIE.
A lista de chefes de Estado e governo além de líderes do setor privado e da sociedade civil é presidida pela primeira-ministra de Bangladesh, Sheik Hasina e co-chefiada pela premiê de Barbados, Mia Mottley.
A iniciativa foi lançada durante a Semana Mundial de Conscientização Antimicrobiana, entre 18 e 24 de novembro, e resulta de uma recomendação do Grupo de Coordenação Interinstitucional sobre Resistência aos Antimicrobianos, apoiado pelo secretário-geral da ONU, António Guterres.
O rápido aumento deste tipo de resistência é uma das ameaças mais urgentes à saúde humana, animal, vegetal e ambiental. E representa um risco à segurança alimentar, ao comércio internacional, ao desenvolvimento econômico assim como à Agenda 2030.
Morte
A resistência antimicrobiana eleva os custos de saúde, internações hospitalares, falha no tratamento, doenças graves e até de morte.
O relatório revla que o mundo está perdendo tratamentos eficazes para várias infecções comuns.
Em comunicado, o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, disse que este “é um dos maiores desafios para a saúde”, e que agora é a hora de fazer novas parcerias intersetoriais que protegerão os medicamentos que existem e revitalizam a produção de novos.
O uso exagerado e indevido de medicamentos é um dos motivos da crise.
O diretor-geral da FAO, Qu Dongyu, disse que “nenhum setor pode resolver este problema sozinho.”
Legislação
As agências da ONU esperam que o novo grupo ofereça liderança política para enfrentar este desafio global.
Primeiro, devem ser identificadas as melhores práticas em níveis global, regional e nacional. Depois, deve ser promovida a implementação de políticas e legislação sobre importação, fabricação, distribuição e uso destes medicamentos em todos os setores.
Para a diretora-geral da OIE, Monique Eloit, é “preciso agir hoje para proteger a eficácia” destes recursos. Ela acredita que o grupo “fará uma defesa poderosa para implementar legislação e mobilizar as principais partes interessadas.”