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Um em cada três alunos em todo o mundo foi vítima de bullying  BR

Unesco apoia agenda global de empoderamento de meninas e mulheres em suas áreas de atuação
Unicef/ UN014974/Estey
Unesco apoia agenda global de empoderamento de meninas e mulheres em suas áreas de atuação

Um em cada três alunos em todo o mundo foi vítima de bullying 

Direitos humanos

Unesco marca este 5 de novembro, pela primeira vez, Dia Internacional contra a Violência e o Bullying na Escola; conferência internacional junta governos, especialistas e a comunidade educacional para discutir melhor forma de acabar com o problema. 

De acordo com a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, um em cada três alunos em todo o mundo foi vítima de bullying, com consequências arrasadoras no desempenho escolar, na saúde física e mental. 

Para chamar atenção para este problema e buscar soluções, a agência das Nações Unidas criou o Dia Internacional contra a Violência e o Bullying na Escola, que é celebrado pela primeira vez este 5 de novembro. 

Em Villanueva, nas Honduras, Darwin na sala de aula que partilhava com o amigo Henry, que cometeu suícidio depois de ser vítima de bullying.
Nas Honduras, menino que perdeu amigo para suicídio, Unicef/Adriana Zehbrauskas

Impacto 

Segundo a Unesco, a violência escolar seja ela física ou verbal,  priva milhões de jovens do direito fundamental à educação. Uma das formas mais comuns deste tipo de agressão é o bullying.   

De acordo com a Unesco, todas as crianças podem ser vítimas de bullying, mas evidências mostram que as crianças que são percebidas como "diferentes" de alguma forma correm mais risco.   

O psicólogo clínico Nuno Henriques, baseado em Lisboa, Portugal, falou sobre as dificuldades que alguns alunos estrangeiros podem enfrentar. 

“Sinto que pode existir, fundamentalmente, quando há diferença de língua. Migrantes dos Palop, não tem praticamente nenhum tipo de dificuldade, a maioria deles ate são muito bem recebidos e integrados. Já se vierem de outros países que tenham uma língua muito diferente e não dominarem o inglês, ai acrescente algum problema. Mas, inevitavelmente, o problema que pode balancear isto é o estatuto ou condições socioeconômicas desses migrantes.” 

Pandemia

“O bullying digital permite gravar as conversas, gravar as mensagens, fazer coisas horríveis que, para todos os efeitos, são provas de uma fragilidade de uma das pessoas, quase sempre a vítima e que depois é alavancado e utilizado pelos opressores para terem domínio sobre ela.”

O fechamento das escolas devido à pandemia de Covid-19 levou os alunos a ficarem mais o tempo na frente do computador, aumentando a exposição ao cyberbullying, uma forma de bullying psicológico ou assédio que acontece online.  

Segundo o Unicef, em situações extremas, o cyberbullying pode levar ao suicídio.
Em situações extremas, o cyberbullying pode levar ao suicídio, Unicef /Anush Babajanyan VII Photo

Aquelas que sofrem bullying com frequência têm maior probabilidade de se sentirem estranhas na escola e de quererem abandonar os estudos. Elas também têm desempenho acadêmico mais baixo.  

O bullying também está associado a taxas mais altas de sentimento de solidão e suicídio, uso de tabaco, álcool e drogas.  

Eventos 

Junto com o Ministério da Educação, Juventude e Esportes da França, a Unesco realiza uma conferência internacional para criar um impulso global para acabar com o bullying nas escolas, aumentando a conscientização, trocando as melhores práticas e mobilizando governos, especialistas e a comunidade educacional. 

O evento incluirá mesas-redondas com ministros, especialistas e representantes da comunidade educacional. Também contará com depoimentos e uma série de recomendações de especialistas especializados no combate ao bullying. 

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