
Dívida dos países mais pobres do mundo atingiu recorde de US$ 744 bilhões
Banco Mundial pede colaboração entre economias ricas e pobres para evitar risco crescente de crises de dívida soberana após pandemia; estudo é lançado em paralelo às reuniões do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional.
O Banco Mundial revelou que a dívida dos países mais pobres do mundo atingiu um recorde de US$ 744 bilhões em 2019, antes do início da pandemia do coronavírus.
A instituição publicou esta segunda-feira a última edição do relatório Estatística da Dívida Internacional. De acordo com o estudo, a dívida das 73 nações mais pobres do mundo cresce 9,5% ano a ano.
Lusófonos
Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste estão entre os 73 países elegíveis para a Iniciativa para a Suspensão da Divida.

Para o Banco Mundial, a situação mostra “uma necessidade urgente de credores e tomadores de empréstimos colaborarem para evitar o risco crescente de crises de dívida soberana desencadeadas pela pandemia da Covid-19.”
O lançamento do estudo coincide com as reuniões do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional, FMI.
A instituição lista que, desde março, as empresas e as fronteiras fechadas para impedir a disseminação da Covid-19 arrasaram economias em todo o mundo. Em abril, o grupo das 20 maiores economias do mundo, G20, endossou a suspensão da dívida para os países mais pobres.
Participação
Para o presidente do Banco Mundial, David Malpass, esse alívio tem sido mais fraco do que o esperado. Entre as razões está o facto de que “nem todos os credores participam totalmente” na iniciativa. Foram concedidos US$ 5 bilhões do total de US$ 8 a US$ 11 bilhões que estavam previstos.
O peso da dívida dos países mais pobres com credores governamentais, a maioria deles integrantes do G20, atingiu US$ 178 bilhões no ano passado.
A China é o maior credor, mas aumentou sua dívida com as economias do G20 para 63% no final do ano passado, dos 45% de 2013.
Malpass lamentou o que chamou de falta de participação dos credores do sector privado, mas também advertiu que as economias mais ricas não estavam cumprindo sua parte de forma integral no processo.
