OMS vê aumento de interesse por mecanismo Covax para vacina contra Covid
Saúde
Agência da ONU acompanha mais de 150 projetos de imunização contra a pandemia; na terça-feira, Aliança Global de Vacinas, Gavi, uma das parceiras da iniciativa, nomeou o ex-primeiro-ministro de Portugal, José Manuel Durão Barroso, para presidente da entidade.
O braço da Organização Mundial da Saúde, OMS, nas Américas informou que quase todos os países da região expressaram interesse em se juntar a um consórcio para a produção de uma futura vacina contra a Covid-19, Covax.
Em entrevista à ONU News, o vice-diretor-geral da Organização Pan-Americana da Saúde, Opas, Jarbas Barbosa, disse que ainda não é possível estimar a data da chegada da imunização. Mas para ele, a cooperação dos países é um grande passo nessa direção.
Vacina contra Covid-19: "ainda não é possível estabelecer uma data com segurança"
Acesso mais rápido
“Há um esforço mundial, sem precedentes, para alcançar uma vacina contra a Covid-19. São mais de 150 projetos de desenvolvimento de vacina. Nove dessas vacinas já se encontram na última fase dos testes que nós chamamos ensaios clínicos, mas isso vai durar ainda alguns meses, e depois tem que se começar a produção. A Organização Pan-Americana da Saúde participa do mecanismo Covax, que é o mecanismo liderado pela Organização Mundial da Saúde com outros parceiros, o Gavi, que coordena especificamente o grupo de acesso às vacinas. Quase todos os países do mundo incluindo todos os países da América Latina manifestaram a sua intenção de se juntar a esse mecanismo Covax porque através desse mecanismo se vai garantir um acesso mais rápido e por um preço acessível. A Organização Pan-Americana da Saúde tem um fundo rotatório de vacinas que trabalha há mais de 40 anos fazendo aquisição internacional de vacinas para os países da região. E esse mecanismo será também utilizado pelo mecanismo Covax para ter a vacina o mais rápido possível. Mas ainda não é possível estabelecer uma data com segurança.”
O médico Jarbas Barbosa afirma que enquanto não se chegar a uma vacina contra a Covid-19, a população não estará 100% segura. E que por isso, é preciso coordenar bem o controle da transmissão antes de reabrir totalmente economias inteiras.
Agência da ONU acompanha mais de 150 projetos de imunização contra a pandemia.
Ressurgimento
“Sobre quando as pessoas vão estar seguras para retomar as atividades só quando a transmissão estiver absolutamente controlada. Ou seja, quando não houver mais casos. Essa não é ainda a situação de nenhum país do mundo. Enquanto nós não tivermos o controla da transmissão, uma vacina que seja eficaz, tivermos a população vacinada, nós poderemos ter mesmo após o controle o ressurgimento da como aconteceu agora recentemente na Espanha e na França e em algumas cidades e estados que reabriram de uma maneira quase que total, no verão. Muita gente viajando e muita gente se confraternizando sem utilizar máscaras e nós estamos tendo um recrudescimento da transmissão. Então tem que controlar mesmo, não haver mais casos para que a gente possa retomar a vida normal.”
A Organização Pan-Americana da Saúde lida com o maior número de casos de Covid-19 do mundo. As Américas lideram a quantidade de novas contaminações e mortes. Na terça-feira, o mundo ultrapassou a marca de 1 milhão de óbitos e mais da metade deles, ou 551 milhões, ocorreram na região.
Para Jarbas Barbosa, a melhor forma de prevenir o novo coronavírus é cumprir o protocolo de higienização, distanciamento e de uso de máscara.
“Claro que onde controla a transmissão e algumas atividades vão sendo liberadas, mas nessas atividades liberadas como serviços essenciais, as pessoas têm que tomar os cuidados. Usar máscara, manter a distância física de um metro e meio para outras pessoas, verificar os protocolos de higienização de superfícies, ter acesso à água e sabão para lavar as mãos, frequentemente, ou seja é importante manter todo esse protocolo até que se possa vislumbrar um final para a pandemia, coisa que não podemos afirmar quando será, ainda hoje.”
Na terça-feira, a Aliança Global de Vacinas, Gavi, anunciou a escolha do ex-primeiro-ministro de Portugal, José Manuel Durão Barroso, para o posto de presidente da entidade.