Guterres diz que ONU continua aberta para servir as pessoas BR

Secretário-geral tem “a maior confiança” de que funcionários da ONU se manterão seguros para continuar a servir; organização tem cerca de 100 mil boinas-azuis em todo o mundo e dezenas de milhares de trabalhadores humanitários que “estão totalmente focados em garantir que o trabalho continuará a ser feito.”
Devido ao novo coronavírus, as Nações Unidas aumentaram os esforços para cumprir seus mandatos e ajudar a salvar vidas.
Em um e-mail para todos os funcionários da ONU, o secretário-geral, António Guterres, afirmou que a organização "continua aberta para trabalhar", mas esse trabalho “será realizado em diferentes locais, usando diferentes tecnologias".
The #COVID19 pandemic is a crisis that affects everyone. We must all play our part by showing solidarity with the most vulnerable – the elderly, the sick, those without reliable healthcare.Together, we can overcome the #coronavirus threat.
antonioguterres
O chefe da ONU destacou a necessidade de "reduzir a presença física" na sede da ONU, implementando o teletrabalho a tempo integral, com poucas exceções. Ele disse que a decisão seria reavaliada em três semanas.
O pessoal da sede em Nova Iorque continuará prestando apoio aos outros escritórios em Genebra, Nairóbi e Viena, além de missões no campo. O trabalho de coordenação entre vários governos também continua, como as sessões do Conselho de Segurança.
Guterres disse que "nos próximos dias e semanas”, o mundo “dependerá mais do que nunca do senso de responsabilidade e profissionalismo de todos." O chefe da ONU afirmou que tem “a maior confiança” de que os funcionários da ONU se manterão seguros para continuar a servir as pessoas.
Segundo o porta-voz do secretário-geral, Stéphane Dujarric, existem duas preocupações principais: primeiro, manter todas as pessoas que trabalham e visitam a sede da ONU seguras; segundo, ajudar a cidade de Nova Iorque a controlar o vírus.
Dujarric lembrou que a ONU tem cerca de 100 mil boinas-azuis em todo o mundo e dezenas de milhares de trabalhadores humanitários. Segundo o porta-voz, todos os chefes das agências “estão totalmente focados em garantir que o trabalho continuará a ser feito.”
Dujarric afirmou que os trabalhadores humanitários, em particular, têm o dever de ter todos os cuidados para limitar a disseminação do novo coronavírus entre algumas das populações mais vulneráveis do planeta.
Segundo o porta-voz, “o mesmo acontece com as operações de manutenção da paz.” Nesse momento, a ONU está mudando as rotações das tropas, tentando limitar essas mudanças, atrasando algumas que estavam previstas.
O Palácio das Nações, que acolhe o escritório da ONU em Genebra, com mais de 1,6 mil funcionários, é o maior posto de serviço fora de Nova Iorque. No sábado, a diretora-geral, Tatiana Valovaya, repetiu o pedido do secretário-geral, dizendo que o trabalho continua, “mas será feito de maneira diferente.”
A diretora do Serviço de Informações da ONU em Genebra, Alessandra Velluci, afirmou que os funcionários "farão a sua parte" em tempos difíceis. Todos trabalharão de forma remota, a menos que sua presença no edifício seja absolutamente necessária.
Velluci disse que “a família das Nações Unidas em Genebra continuará fazendo sua parte, trabalhando em crises de migrantes e refugiados, implementando projetos de desenvolvimento sustentável, discutindo questões de direitos humanos e medidas relacionadas ao comércio e, acima de tudo, apoiando os esforços árduos da OMS e seus parceiros na luta contra a pandemia.”
Em Viena, que abriga a Agência Internacional de Energia Atômica, Aiea, a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial, Unido, e Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, Unodc, o teletrabalho também começa na segunda-feira.
Em nota conjunta, os chefes das agências com sede na cidade austríaca afirmaram que “todos podem ajudar a tentar conter a propagação do covid-19 e reduzir o risco de transmissão.”
Na sede da ONU na África, em Nairobi, medidas semelhantes estão sendo implementadas.