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Unesco: novo coronavírus tira mais de 20% dos alunos das salas de aula físicas  BR

Instalação de arte intitulada a Sala de Aula Infinita, que esteve em exibição na sede da ONU em Nova Iorque
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Instalação de arte intitulada a Sala de Aula Infinita, que esteve em exibição na sede da ONU em Nova Iorque

Unesco: novo coronavírus tira mais de 20% dos alunos das salas de aula físicas 

Cultura e educação

Mundo já tem 377 milhões de estudantes em 46 países sem frequentar a escola, mas total pode subir nos próximos dias e semanas; Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, organizou reunião de emergência com representantes de 73 países para decidir passos a tomar.

Um número recorde de crianças e jovens está fora da escola ou da universidade devido a interrupções causadas pelo receio de contaminação com o novo coronavírus. As medidas foram tomadas por vários governos com o objetivo de conter o covid-19.  

Segundo dados da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, até meados da semana, 46 países, em quatro continentes, tinham fechado escolas e universidades. No total, 376,9 milhões de pessoas tinham sido afetadas. Mas o número pode subir nos próximos dias. 

Recomendações da Unesco incluem o uso de novas tecnologias
Recomendações da Unesco incluem o uso de novas tecnologias, Foto: Unicef/Roger LeMoyne

Aumento 

Nas últimas semanas, outros 20 países fecharam escolas em apenas algumas cidades ou regiões. Se esses Estados avançarem com um encerramento geral, mais 500 milhões de crianças e jovens ficarão sem aulas. 

A Unesco realizou uma videoconferência global para ajudar a coordenar a resposta e partilhar estratégias. Estiveram representados 73 países, incluindo 24 ministros da Educação e 15 vice-ministros. 

A diretora geral da Unesco, Audrey Azoulay, disse que o mundo está "entrando em território desconhecido.” A agência está trabalhando para encontrar várias soluções, que podem usar tecnologia ou não, que permitam a continuação dos estudos.  

Para Azoulay, “a cooperação internacional é vital para compartilhar as abordagens mais eficazes e apoiar estudantes, professores e famílias.” Ela disse que é importante assegurar “que a crise não aumente as desigualdades”, porque afeta de forma desproporcional os alunos mais carentes.  

Esforços 

A agência criou uma força de emergência para realizar estes esforços, que dará especial atenção aos países mais vulneráveis. Empresas privadas, como a Microsoft, estão oferecendo apoio técnico. 

A Unesco também publicou uma lista com vários aplicativos e plataformas grátis que podem ser usados por pais, professores, alunos e sistemas escolares. O fechamento das escolas afeta mais os alunos vulneráveis. 

A diretora-geral assistente de educação da Unesco, Stefania Giannini, disse que é pouco comum ter um número tão grande de países afetados pelo mesmo problema ao mesmo tempo.  

Por isso, o mundo precisa se unir “não só para enfrentar as consequências imediatas dessa crise sem precedentes, mas para aumentar a resiliência a longo prazo dos sistemas educacionais.”