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Relatório sobre combustíveis fósseis cita Angola e Brasil BR

Setores de petróleo e gás carecem de regulamentação mais rigorosa das emissões do metano
Banco Mundial/Curt Carnemark
Setores de petróleo e gás carecem de regulamentação mais rigorosa das emissões do metano

Relatório sobre combustíveis fósseis cita Angola e Brasil

Clima e Meio Ambiente

Estudo para ONU Meio Ambiente faz previsões sobre extração global de carvão, petróleo e gás; países devem superar metas definidas no Acordo do Paris para limitar aumento da temperatura global.

O total da produção de combustíveis fósseis planejado até 2030, por todos os governos do mundo, deve gerar a emissão de 39 megatoneladas de dióxido de carbono, CO2.

A ONU alerta que essa quantidade é mais da metade dos limites do Acordo de Paris para limitar o aumento da temperatura média global abaixo de 2 °C.

Relatório sobre combustíveis fósseis cita Angola e Brasil

Contribuições

De acordo com o relatório “Discrepâncias de Produção 2019”, preparado para a ONU Meio Ambiente, essas quantidades também superam os níveis definidos para que a realização de políticas e ambições climáticas como parte das contribuições determinadas em nível nacional.

O estudo compilado por vários especialistas das Nações Unidas revela que a  produção de combustíveis é maior que as emissões.

O documento inclui dois países de língua portuguesa: Brasil e Angola.  

Angola aparece como o penúltimo de 27 países com as maiores emissões de CO2 causadas pela emissão de milhões de toneladas do gás carbônico.

Somente os nove principais produtores de emissões representam 69% desse total. No topo estão China, Estados Unidos, Rússia, Arábia Saudita e Índia. Os países fora da lista têm emissões abaixo de 200 milhões de toneladas de CO2.

Créditos de carbono apoiariam cumprimento de compromissos nacionais do Acordo de de Paris sobre a mudança climática

Brasil

Já o Brasil pretende produzir 5,6 milhões de barris diários de petróleo. Em relação ao gás, a projeção é de 49 bilhões de metros cúbicos ao ano.

A expansão contínua da produção de combustíveis fósseis e o aumento do déficit global devem-se a uma combinação de planos nacionais ambiciosos, subsídios do governo aos produtores e outras formas de financiamento público.

O documento destaca ainda que é essencial uma cooperação internacional para baixar a produção de combustíveis fósseis.

Lições

O relatório destaca ainda que vários governos já adotaram políticas para limitar a produção de combustíveis fósseis. Estas economias forneceriam um impulso e lições importantes para que esses exemplos fossem difundidos para o resto do planeta.

A diferença de produção também é maior para o caso do carvão porque os países planejam produzir 150% a mais deste recurso até 2030, do a quantidade que ajudaria a limitar o aquecimento global da temperatura a 2 ° C na próxima década. O total seria de 280% a mais do que limitaria essa subida a 1.5 ° C.

O petróleo e o gás também estão a caminho de ultrapassar os níveis de emissão de carbono.

O relatório aponta que esse seria o efeito do aumento da dependência por esse recurso ao longo do tempo. A expectativa é que até 2040 os países produzam entre 40% e 50% a mais de petróleo e gás do que a quantidade que ajudaria a limitar o aumento da temperatura a 2 °C.

Quantidade de emissões com extracção de combustíveis fósseis planejado até 2030 é mais da metade dos limites do Acordo de Paris.
Foto: ONU/Rick Bajornas
Quantidade de emissões com extracção de combustíveis fósseis planejado até 2030 é mais da metade dos limites do Acordo de Paris.