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Primeira reunião do Comitê Constitucional da Síria acontece em 30 de outubro BR

Crianças da Síria junto da fronteira com a Turquia, fugindo da violência em Idlib
Unicef/ Aaref Watad
Crianças da Síria junto da fronteira com a Turquia, fugindo da violência em Idlib

Primeira reunião do Comitê Constitucional da Síria acontece em 30 de outubro

Direitos humanos

Novo organismo será composto por representantes do governo sírio, da oposição e da sociedade civil; nomes dos 150 membros serão divulgados pelas Nações Unidas; Conselho de Segurança debateu situação no país.

A primeira reunião do Comitê Constitucional da Síria acontece em 30 de outubro, em Genebra, organizada pelas Nações Unidas.

A informação foi confirmada esta segunda-feira pelo enviado especial do secretário-geral da ONU para o país, Geir Pedersen, durante encontro do Conselho de Segurança.

Membros

O diplomata norueguês Geir Pedersen é o novo enviado das Nações Unidas para a Síria.
O diplomata norueguês Geir Pedersen é o novo enviado das Nações Unidas para a Síria., ONU/Loey Felipe

Na segunda-feira, 23 de setembro, o secretário-geral da ONU, António Guterres, anunciou o acordo entre o governo sírio e a oposição sobre o comitê que irá elaborar uma nova Constituição.

No Conselho de Segurança, Pedersen disse que o Comitê será composto por representantes do governo sírio, da oposição e da sociedade civil.

Ele contou que irá convocar 150 homens e mulheres sírios para lançar um processo “crível, equilibrado, inclusivo e facilitado pelas Nações Unidas." Os nomes dos membros serão divulgados pelas Nações Unidas assim que sua participação for confirmada.

O enviado destacou a presença de 50 membros da sociedade civil, pertencentes a diferentes denominações religiosas, etnias, localizações geográficas e orientações políticas. Ele disse estar orgulho de que "quase metade da lista da sociedade civil seja feminina e que cerca de 30% do total também sejam mulheres."

Esperança

Segundo o enviado especial, esse passo deve ser "um sinal de esperança para o povo sírio, que sofre há muito tempo" Ele também acredita que "pode abrir caminho para um processo político mais amplo que responda às aspirações legítimas do povo."

Pedersen afirmou que “esse é o primeiro acordo político concreto entre o governo e a oposição” e marca o início da implementação da resolução do Conselho de Segurança. Segundo ele, isso é importante porque significa “uma clara aceitação do outro como interlocutor."

Desafios

Apesar desse progresso, o enviado especial afirmou que a Síria continua passando por uma crise muito séria. Ele destacou a “continuação da violência e do terrorismo, a presença de cinco exércitos internacionais, abusos horríveis, uma sociedade profundamente dividida e um sentimento de desespero entre as pessoas dentro e fora do país."

Geir Pedersen afirmou que "a confiança é quase inexistente” e que, por isso, o processo deve ser acompanhado de outras medidas para criar confiança entre sírios e a comunidade internacional.

No final, o enviado especial destacou a crise humanitária na região de Idlib, no noroeste do país, e em outras regiões. Segundo ele, "Idlib está mais calmo do que no mês passado, mas a violência continua."