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Moçambique na ONU: “nós estamos aqui para sensibilizar a comunidade internacional”

O primeiro-ministro moçambicano foi um dos representantes de alto nível presentes na sessão que acontece no Conselho Económico e Social da ONU, Ecosoc.
ONU/JC McIlwaine
O primeiro-ministro moçambicano foi um dos representantes de alto nível presentes na sessão que acontece no Conselho Económico e Social da ONU, Ecosoc.

Moçambique na ONU: “nós estamos aqui para sensibilizar a comunidade internacional”

Assuntos da ONU

Questões relacionadas à água e desastres marcam evento que pretende ampliar diálogo global e aumentar a consciência dos países; catástrofes relacionadas à água representam 90% do número total de desastres em números de afectados.

O impacto de ciclones que recentemente atingiram Moçambique será um dos focos da Quarta Sessão Temática Especial da ONU sobre Água e Desastres. O evento decorre esta segunda-feira na sede da organização, em Nova Iorque.

O primeiro-ministro moçambicano, Carlos Agostinho do Rosário será um dos representantes de alto nível presentes na sessão que acontece no Conselho Económico e Social da ONU, Ecosoc.

Moçambique é o 9º entre 191 países com alta vulnerabilidade a perigos de desastres
Ciclone Kenneth causou grandes danos em Moçambique. Foto: PMA/Mohamed Razak

Concertação

Em declarações a jornalistas antes do evento, em Nova Iorque, a vice-ministra dos Negócios Estrangeiros, Manuela Lucas, disse que Maláui, Moçambique e Zimbabué podem apresentar uma concertação para uma posição nessa sessão.

“Moçambique decidiu mandar uma delegação de alto nível, a nível de primeiro-ministro, porque realmente o esforço que temos que fazer agora é a mobilização de recursos. Também mobilizar a comunidade internacional sobre o impacto de desastres naturais. Como todos nós sabemos, os ciclones que vínhamos tendo eram de 10 em 10 anos ou de cinco em cinco anos. Mas agora, parece que Moçambique tornou-se a rota dos desastres naturais como diz o primeiro-ministro. Então, nós estamos aqui para sensibilizar a comunidade internacional em relação ao impacto dos desastres naturais nos nossos países e, em especial, em Moçambique.”

Afetados

Pela primeira vez desde que há registo, dois ciclones tropicais fortes atingiram o território moçambicano durante a mesma temporada. Especialistas internacionais defendem que a intensidade e a proximidade das duas tempestades podem ser consideradas efeitos da mudança climática.

A presidente da Assembleia Geral, María Fernanda Espinosa, abre a reunião onde  também participam altos representantes da Coreia do Sul, da Eslovénia e da Hungria.

Segundo as Nações Unidas, os desastres relacionados à água representam 90% de todos os desastres em números de pessoas afectadas.

A previsão é que nos próximos anos vários países insulares e em desenvolvimento sofram o maior impacto das alterações climáticas devido ao aumento de eventos extremos.

Presidente da Assembleia Geral, María Fernanda Espinosa, assinando o livro de condolências após mortes causadas pelo ciclone Idai por Moçambique.
Presidente da Assembleia Geral, María Fernanda Espinosa, assinando o livro de condolências após mortes causadas pelo ciclone Idai por Moçambique. Foto: ONU News

Entidades Internacionais

A sessão tem por meta continuar o diálogo global e aumentar a consciência dos Estados-membros da ONU sobre os assuntos relacionados à água, além de promover ações para maior discussão do tema.

A ONU pretende ainda que os países possam contribuir de forma relevante na análise dos eventos extremos associados à água como parte da Década de Ação pela Água que cobre o período entre 2018 e 2028.

Em 2017, a Terceira Sessão Temática Especial da ONU sobre Água e Desastres juntou 500 representantes internacionais, incluindo chefes de Estado e de governo, ministros e representantes de entidades internacionais.

Os participantes no evento concordaram que abordar o tema de água e desastres é essencial elemento e o centro para alcançar o desenvolvimento sustentável.