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Comissão Económica para África promete apoio a reformas em Angola

O relatório do Pnuma também ressalta que a energia renovável ainda enfrenta desafios em áreas como aviação, navegação e transportes de bens pesados. 
ONU
O relatório do Pnuma também ressalta que a energia renovável ainda enfrenta desafios em áreas como aviação, navegação e transportes de bens pesados. 

Comissão Económica para África promete apoio a reformas em Angola

Desenvolvimento econômico

Diversificação da economia é uma das prioridades; ONU pede melhoria da gestão da dívida pública e aumento da quota de energias renováveis; medidas podem consolidar posição angolana como uma economia líder em África.

A Comissão Económica das Nações Unidas para África, ECA, estabeleceu quatro áreas principais de cooperação com o Governo de Angola para apoiar a trajetória de desenvolvimento sustentável e a agenda de reformas macroeconómicas do país.

Durante a sua primeira visita oficial a Angola, a secretária executiva da ECA, Vera Songwe, teve conversações de alto nível com as autoridades angolanas em que foram acordadas as áreas prioritárias de apoio.

Prioridades

Metas do governo considera dar primazia à erradicação da fome e pobreza 
Os analistas estimam que o peso da dívida pública de Angola ronde os 60% do seu Produto Interno Bruto, PIB.
ONU Photo/Loey Felipe

Restaurar a estabilidade macroeconómica e diversificar a economia no contexto do Plano Nacional de Desenvolvimento 2018-2022 são duas das áreas prioritárias de apoio ao país.

Por outro lado, foi também acordada a necessidade de se trabalhar em conjunto na melhoria da gestão da dívida pública e no aumento da quota de energias renováveis no cabaz energético do país.

A ECA reconhece que a agenda de reformas do presidente de Angola, João Lourenço, compreende uma série de medidas de diversificação da economia, tornando-a menos dependente do petróleo.

Entre outras, estão previstas medidas de reestruturação de empresas estatais ineficientes, o fortalecimento da sustentabilidade fiscal do país, a redução da inflação, a promoção da inclusão social e a melhoria do ambiente de negócios para estimular investimentos estrangeiros e locais.

Colaboração

Songwe felicitou o presidente angolano “pelas ousadas medidas de reforma e pelos progressos alcançados” até agora, que, se sustentados, “poderão consolidar a posição de Angola como uma economia líder em África.”

A representante assegurou ao chefe de Estado que “a ECA colabora com os esforços de melhorar a mobilização de recursos internos, a gestão da dívida e a aglomeração no setor privado.

A representante considera que a ECA poderá trabalhar com as autoridades angolanas para oferecer soluções inteligentes que ajudariam o país a poupar recursos que poderiam ser canalizados para outras prioridades de desenvolvimento, “especialmente aquelas que contribuiriam para a inclusão social e promoveriam o crescimento inclusivo.”

Ela reconheceu os passos positivos que Angola já tomou para alargar a sua base tributária, apelando a “um trabalho sério no sentido de melhorar a gestão da dívida pública.”

Energia

Calendário prevê a transição de Angola à economia de renda média em 2021.
A representante apelou ao presidente angolano que tudo seja feito para diversificar o cabaz energético de Angola e aumentar a quota de energia renovável na produção total de energia do país.
PresseBox.de flickr

Os analistas estimam que o peso da dívida pública de Angola ronde os 60% do seu Produto Interno Bruto, PIB.

A secretária executiva da ECA considera também que o fornecimento de energia confiável e mais limpa é fundamental para a diversificação económica de Angola e o seu desenvolvimento sustentável.

A representante apelou ao presidente angolano que tudo seja feito para diversificar o cabaz energético de Angola e aumentar a quota de energia renovável na produção total de energia do país.

Atualmente, 55% da produção de energia angolana é oriunda de centrais alimentadas a combustíveis fósseis.

Matriz  

As partes concordaram com a urgência de aumentar a quota de energia renovável, especialmente as centrais solares e a de gás na matriz energética global de Angola.

Sendo a energia um dos setores mais exigentes em termos de financiamento, para economias em desenvolvimento como Angola, a representante considera que é necessário “trabalhar com o governo angolano na proposta de legislação que atraia investimentos privados para este setor e reduza os seus custos no país.”