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Preços dos alimentos caem pelo quinto mês consecutivo, diz FAO BR

Produção de arroz pode baixar em pelo menos 2,1% este ano por causa dos padrões irregulares de chuva
FAO/Olivier Thuillier
Produção de arroz pode baixar em pelo menos 2,1% este ano por causa dos padrões irregulares de chuva

Preços dos alimentos caem pelo quinto mês consecutivo, diz FAO

ODS

Em todo o mundo, custos reduziram 1,9% em agosto em relação ao último mês; valores ainda seguem 7,9% superiores que no mesmo período do ano passado; baixa do valor do etanol no Brasil impactou valor global do açúcar; agência da ONU para Alimentação e Agricultura espera que produção de cereais baixe em 2022.

Os preços globais dos alimentos caíram pelo quinto mês seguido em agosto, segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO. Entre os fatores que influenciaram a redução, destacam-se a queda da demanda por alguns produtos e o aumento sazonal na oferta.

As colheitas de trigo no Hemisfério Norte têm ajudado a aliviar as restrições de oferta, aliadas ao retorno da exportação de grãos em portos da Ucrânia.

Brasil

No geral, o Índice de Preços dos Alimentos caiu 1,9% em agosto em relação ao mês anterior, atingindo o menor patamar desde janeiro. O valor global da compra de comida no período avaliado atingiu 138 pontos, cerca de 7,9% acima do nível do mesmo mês do ano passado.

A agência menciona a baixa de custos de etanol no Brasil como uma das razões que estimularam a redução global do preço do açúcar. A outra foi a queda das exportações da Índia. As vendas do produto baixaram 2,1%, para seu nível mais baixo desde julho de 2021.

Relatório apresenta variações mensais de grupos de cereais, oleaginosas, laticínios, carne e açúcar.
Foto: Banco Mundial/Maria Fleischmann
Relatório apresenta variações mensais de grupos de cereais, oleaginosas, laticínios, carne e açúcar.

 

Na categoria das carnes, houve uma diminuição de 1,5% em relação a julho.  

Mar Negro

O índice dos cereais teve impacto com o início da guerra na Ucrânia, que ditou uma alta de custos da comida para um recorde de 159,3 pontos.

Os preços permaneceram altos desde então, após problemas com as exportações a partir do Mar Negro, bem como várias questões ligadas ao clima em todo o mundo que afetam a produção agrícola.

A retomada das exportações do Mar Negro e a melhora da produção de trigo nos Estados Unidos e na  Rússia ajudaram a diminuir o impacto.

Os óleos vegetais caíram 3,3% em agosto, uma queda abaixo do nível observado em agosto de 2021. A diminuição dos preços dos óleos de colza, palma e girassol ajudaram a compensar o efeito dos valores mais altos do óleo de soja na menor produção dos EUA, aliados à retomada das exportações da Ucrânia, bem como a implementação de impostos de exportação mais baixos pela Indonésia.

Já os laticínios baixaram 2% em agosto, mas continuam 23,5% mais altos do que há um ano. Entre as principais razões estão a queda da produção europeia e norte-americana.

Cereais

A expetativa da FAO é que a colheita de grãos caia 38,9 milhões de toneladas em 2022, uma queda de 1,4% em relação ao ano passado.

FAO destaca que índice dos cereais teve impacto com o início da guerra na Ucrânia
Foto Fao/ Alessandra Benedetti
FAO destaca que índice dos cereais teve impacto com o início da guerra na Ucrânia

A agência da ONU reduziu a antevisão do total para este ano em 1,4%, devido a influência de ondas de calor que levaram à redução na produção de milho na União Europeia.

As secas limitaram a produção de milho no bloco. A queda deve ser acima de 6% em relação à média dos últimos cinco anos.

Em outras partes do mundo, espera-se que a produção de arroz caia em pelo menos 2,1% por causa dos padrões irregulares de chuva na Índia e em Bangladesh, depois do nível recorde de produção de 522,5 milhões de toneladas em 2021.