Ciclone Kenneth: governador de Cabo Delgado explica medidas tomadas
Júlio Parruque destacou a reação do governo da Província; ciclone Kenneth causou a morte de pelo menos trinta e oito pessoas; segundo o PMA, ainda há um risco elevado de inundações e deslizamentos de terra.
Segundo as autoridades moçambicanas, até ao momento, o ciclone Kenneth causou a morte de pelo menos trinta e oito pessoas na cidade de Pemba, no distrito de Macomia e na ilha do Ibo. Há 11 pessoas feridas e 35 mil famílias foram afetadas. Falando à ONU News, o governador de Cabo Delgado Júlio Parruque explicou a reação do governo da Província.
“Nós estamos diante de um evento extremo da natureza. Tivemos a previsão meteorológica e o Instituto Nacional de Meteorologia comunicou. Nós ampliamos esta informação para a nossa população. Por isso tivemos algumas medidas fortes de precaução. Entretanto, com o impacto que foi bastante expressivo deste fenômeno nós precisamos de nos manter bastante unidos vigilantes e seremos para nos precavermos ainda mais porque precisaremos, naturalmente, de nos organizar melhor, de nos estruturar para reagir a este impacto. E logo a seguir, nos prepararmos ainda mais para a resiliência.”
Ciclone Kenneth
O ciclone atingiu a costa de Cabo Delgado destruindo mais de 3.500 casas, provocando cortes de eletricidade, bloqueios de estradas e o colapso de uma ponte importante. Várias escolas e centros de saúde também sofreram danos.
Segundo o Programa Mundial de Alimentos, PMA, há pelo menos mil pessoas deslocadas, enquanto que o governo estima que 680 mil pessoas continuam em risco. De acordo com a agência, embora o ciclone Kenneth já tenha perdido força, continua a causar fortes chuvas na região, havendo um risco elevado de inundações e deslizamentos de terra.
Temporada de Ciclones
O país foi atingido por uma segunda grande tempestade, o ciclone Kenneth, seis semanas depois do ciclone Idai ter deixado um rasto de destruição. Esta é a primeira vez, desde que há registro, que dois ciclones tropicais fortes atingem Moçambique durante a mesma estação.
Após o ciclone Idai, em março, o Unicef lançou um apelo de US$ 122 milhões para apoiar a resposta humanitária a crianças e às respetivas famílias afetadas pela tempestade em Moçambique, no Zimbábue e no Malauí nos próximos nove meses.