Maláui implementa programa de teste de vacina inovadora contra a malária
Ensaios clínicos mostram que imunização previne cerca de quatro em cada dez casos de malária em crianças; vacina tem sido desenvolvida nos últimos 30 anos; OMS vai analisar resultados para definir recomendações.
A Organização Mundial de Saúde, OMS, saudou o lançamento no Maláui da primeira vacina contra a malária do mundo, através de um programa piloto.
O país é o primeiro de três em África em que a vacina, conhecida como RTS, S, será disponibilizada para crianças até aos dois anos de idade. Gana e Quénia deverão seguir o exemplo nas próximas semanas.
Inovação
A vacina tem sido desenvolvida ao longo dos últimos 30 anos e é, até à data, a única a demonstrar que pode reduzir significativamente a malária em crianças.
Durante os ensaios clínicos, descobriu-se que a vacina previne cerca de quatro em dez casos de malária, incluindo três em dez casos de malária severa.
Segundo a OMS, este programa piloto é projetado para gerar dados que possa ser utilizados nas recomendações de políticas da agência sobre o uso mais amplo desta vacina.
Serão examinadas as reduções nas mortes de crianças, a administração da vacina, incluindo se os pais levam seus filhos a tempo para as quatro doses necessárias e a segurança da vacina no contexto do uso rotineiro.
Resultados
A vacina atua contra o Plasmodium falciparum, o mais mortal parasita da malária em todo o mundo e o mais prevalente em África.
A vacina foi recomendada pela OMS para a introdução piloto em áreas selecionadas dos três países africanos.
Ela será avaliada para uso complementar e não de substituição de outras medidas de prevenção, de diagnóstico e de tratamento recomendadas pela OMS.
A vacina será disponibilizada por meio de programas de imunização de rotina para crianças pequenas que vivem em áreas selecionadas dos três países. De acordo com a OMS, anualmente, pelo menos 360 mil crianças nos três países-piloto receberão a vacina nas unidades de saúde onde recebem as suas vacinações de rotina.
As autoridades de imunização nos três países especificarão o cronograma de vacinação, com base nas recomendações da OMS.
São necessárias quatro doses, sendo a primeira dose dada o mais cedo possível após os cinco meses de idade, seguida das doses dois e três em intervalos mensais aproximados e a quarta dose perto do segundo aniversário da criança.