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RD Congo: Chefe da OMS visita centro de tratamento de ébola, horas após novo ataque de grupos armados

Um trabalhador da OMS que combate o surto de ébola viajando de helicóptero para a área de Butembo.
OMS/Lindsay Mackenzie
Um trabalhador da OMS que combate o surto de ébola viajando de helicóptero para a área de Butembo.

RD Congo: Chefe da OMS visita centro de tratamento de ébola, horas após novo ataque de grupos armados

Saúde

Tedros Ghebreyesus disse não haver outra opção senão continuar servindo as pessoas de Butembo; tiroteio deste sábado matou agente policial, feriu trabalhadores de saúde e obrigou pacientes a se esconder em quartos de quarentena

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, OMS, Tedros Ghebreyesus, visitou este sábado um centro de tratamento de pacientes com ébola horas após um novo ataque de homens armados em Butembo, na República Democrática do Congo, RD Congo.

O representante agradeceu a dedicação do pessoal dessas instalações de saúde da província do Kivu do Norte, que também foi alvo de disparos na semana passada.

Refúgio

Autoridades locais disseram que um agente policial morreu e trabalhadores de saúde ficaram feridos no ataque de sábado. Os pacientes assustados teriam invadido quartos de quarentena até o fim do tiroteio do fim da manhã, na área do leste considerada o epicentro do atual surto.

A presença de Ghebreyesus no centro de tratamento marcou o fim da visita de três dias ao país, realizada com altos funcionários dos Estados Unidos e outros representantes da agência da ONU.

OMS disse haver pessoal adicional para patrulhar centro que trata casos de ébola.
OMS/Lindsay Mackenzie
OMS disse haver pessoal adicional para patrulhar centro que trata casos de ébola.

O grupo manteve encontros com o presidente congolês e representantes governamentais, de organizações parceiras e de outras partes envolvidas na resposta ao décimo surto que acontece no país.

Morte

Falando a um grupo de parceiros, gestores trabalhadores de saúde em Butembo, o chefe da OMS expressou solidariedade aos trabalhadores de saúde feridos e familiares dos agentes policiais que morreram em todos os ataques.

Ghebreyesus disse não haver escolha “senão continuar a servir as pessoas da área, que estão entre as mais vulneráveis do mundo”.

O diretor da OMS afirmou ainda que as pessoas que atacam o local “exploram o desespero da situação para seus próprios fins”. Ele destacou que as populações das áreas de Katwa e Butembo, assim como as de outras comunidades afetadas pelo ébola, “querem e merecem um lugar para receber cuidados e uma oportunidade de sobrevivência”.

Centros

Após a visita, o diretor-geral da OMS declarou que a agência pediu e recebeu apoio adicional das Nações Unidas e das forças policiais locais para proteger os centros de tratamento.

Ghebreyesus sublinhou que para controlar a doença “é preciso encontrar um equilíbrio delicado entre a acessibilidade do cuidado, a neutralidade da intervenção e a proteção de pacientes e funcionários contra ataques de grupos armados”.

Para o chefe da OMS, estes dilemas são enfrentados em zonas de conflito em todo o mundo. A nota encerra reafirmando a determinação da agência da ONU em acabar com a epidemia e melhorar a saúde das populações da RD Congo.