Conselho de Segurança não aprova duas propostas de resolução sobre Venezuela
Um dos projetos, apresentado pelos Estados Unidos, pedia a realização de eleições no país; o outro texto, da Rússia, defendia o diálogo entre o governo e a oposição.
O Conselho de Segurança não aprovou esta quinta-feira duas propostas de resolução sobre a situação na Venezuela.
O projeto apresentado pelos Estados Unidos teve nove votos a favor, três votos contra, incluindo de dois membros permanentes, e três abstenções. A proposta introduzida pela Rússia recebeu quatro votos favoráveis, sete contra e quatro abstenções.
Vetos
O texto submetido pelos Estados Unidos pedia a realização de eleições no país com a presença de observadores internacionais e reconhecia o autoproclamado presidente interino Juan Gaidó. Também sugeria que se facilitasse a entrada de ajuda humanitária no país.
Apesar de ter uma maioria de votos favoráveis, este texto foi recusado pela Rússia e China, dois membros permanentes com poder de veto.
A segunda proposta de resolução, submetida pela Rússia, também defendia a entrega de ajuda humanitária ao país, com base nos princípios da ONU de humanidade, neutralidade, imparcialidade e independência.
Além disso, defendia o diálogo entre o governo de Nicolás Maduro e a oposição, recorrendo ao Mecanismo de Montevideo, um plano em quatro fases para solucionar a situação que foi proposto pelo México, Uruguai e os países da Comunidade do Caribe, Caricom.
O texto não recolheu votos suficientes para ser aprovado, sendo recusado pelos membros permanentes Estados Unidos, pela França e pelo Reino Unido.
Depois da votação, seguiu-se um momento de debate, com a participação dos 15 Estados-membros, numa sessão liderada pela Guiné Equatorial, que termina esta quinta-feira a sua presidência do orgão.
Debate
Na terça-feira, a subsecretária-geral para os Assuntos Políticos das Nações Unidas, Rosemary de DiCarlo, alertou o Conselho de Segurança para uma “alarmante escalada nas tensões” na Venezuela desde a última reunião do Conselho no mês passado.
A representante afirmou que as autoridades colombianas alegam que pelo menos 285 indivíduos foram feridos no lado da Colômbia durante uma tentativa de entrega de ajuda humanitária.
Segundo o Escritório do Alto Comissariado para os Direitos Humanos, entre os dias 22 e 23 de fevereiro, quatro mortes teriam sido confirmadas no país e outras 64 pessoas teriam sido feridas, a maior parte delas, com armas de fogo.