“Potencial enorme” de Angola e Guiné-Bissau mencionado por alta funcionária humanitária

Em entrevista à ONU News, coordenadora das Nações Unidas na Líbia, Maria Ribeiro, abordou experiência dos dois países lusófonos onde já trabalhou; representante promove novo apelo humanitário em Nova Iorque.
A coordenadora humanitária das Nações Unidas para a Líbia, Maria Ribeiro, acredita que Angola e Guiné-Bissau têm um “potencial enorme” para o desenvolvimento. A representante falou à ONU News, em Nova Iorque, onde promove o financiamento para a crise líbia.
Após a experiência em contexto angolano e guineense, a responsável destacou o progresso nessas nações onde já trabalhou como funcionária das Nações Unidas.
Maria Ribeiro foi representante especial adjunta do secretário-geral na Guiné-Bissau entre 2014 e 2016. Em Angola, atuou como coordenadora e representante residente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Pnud, entre 2010 e 2014.
A coordenadora destacou as riquezas e o potencial de Angola referindo-se a mudanças que o país teve nos últimos anos.
“Desde 2014, temos alterações e mudanças muito grandes ao nível político em Angola. Também trabalhei lá durante a guerra e Angola, para mim, é um país que conseguiu fazer uma progressão importante na paz. Claro que o impacto de 40 anos de guerra não se vai resolver de um dia para o outro. Esperamos que Angola possa retomar o seu caminho de progredir em relação à democracia e à participação dos cidadãos na vida do país e, sobretudo, na vida econômica do país.”
Sobre a Guiné-Bissau, que realiza eleições legislativas a 10 de março, Maria Ribeiro lembrou que “é um país que tem tido um historial muito difícil.”
“Não teve o tipo de guerra que aconteceu em Angola, mas teve uma instabilidade política continua durante muito tempo. Também acho que uma das coisas interessantes da Guiné-Bissau é os recursos enormes que o país tem, em termos de natureza, mas sobretudo os recursos humanos e a vontade do povo de conseguir avançar.”
A coordenadora explicou que uma das formas de analisar o progresso nestes dois países é usando os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODSs.
Maria Ribeiro lembrou um plano feito na Guiné-Bissau quando era representante especial adjunta para atingir os ODSs que permitia ver “um potencial enorme” guineense.
A chefe humanitária na Líbia divulga o novo Plano Humanitário que busca cerca de US$ 202 milhões para fornecer assistência a mais de 550 mil pessoas em situação de fragilidade no país em 2019.
De acordo com o Escritório da ONU para Assistência Humanitária, Ocha, pelo menos 823 mil pessoas precisam de ajuda no país africano. Destas, cerca de 250 mil são crianças.