ONU: “Conflitos continuam destruindo vidas e subsistência de milhares de civis”
Chefe do Escritório das Nações Unidas de Genebra fez a declaração na abertura de uma sessão da Conferência sobre Desarmamento de 2019; discurso destaca que gastos militares e de segurança estão em níveis históricos.
Iniciou nesta segunda-feira em Genebra a primeira parte da sessão de 2019 da Conferência sobre Desarmamento. O fórum mundial, que tem 65 membros e foi estabelecido em 1979, é o único onde ocorrem negociações sobre o tema.
O discurso de abertura foi feito pelo diretor-geral do Escritório das Nações Unidas de Genebra e secretário-geral da Conferência sobre Desarmamento, Michael Moller. Para o representante, “os desafios para a não proliferação continuam, com uma desvalorização nos comprometimentos de desarmamento nuclear, programas nucleares que continuam a serem almejados e arsenais nucleares aperfeiçoados”.
Conflitos
Para Moller, os conflitos atuais continuam destruindo vidas e subsistência de milhares de civis e os gastos militares e de segurança estão em níveis históricos.
Dados recolhidos pela ONU em 2017 revelam que mais de US$1.7 trilhão foram utilizados em armas e exércitos, o valor mais alto desde a queda do Muro de Berlim.
A quantidade seria cerca de 80 vezes mais alta que a precisa para atender a ajuda humanitária necessária de todo o mundo nesse período.
Armas Químicas
Moller também lembrou que, na prática, “o uso de armas químicas não é mais universalmente abominável”. Ele destacou ainda que os desafios de segurança cibernética persistem, enquanto as implicações de sistemas de novas armas e tecnologias continuam mal compreendidos, sem consideração suficiente e sem refletirem apropriadamente nos atuais regimes de controle de armas.
Para o diretor-geral do Escritório das Nações Unidas de Genebra, ao mesmo tempo, diálogos construtivos para a abordagem certa de uma série de questões de desarmamento continuam faltando.
Multilateralismo
Moller disse que com essas “realidades testando severamente os limites do multilateralismo e a arquitetura normativa do desarmamento” a Conferência deve poder “demonstrar que está pronta a assumir as responsabilidades que lhe são conferidas.”
O representante disse que à medida em que são celebrados os 40 anos da Conferência e o centenário da Liga das Nações é preciso lembrar porque estes mecanismos, com suas regulamentações, regras de procedimento e códigos de conduta, foram estabelecidos.
O apelo de Moller é que o “poder da diplomacia multilateral” seja usado para “lidar com os desafios de hoje para o desarmamento global.”