Número de somalis carentes de ajuda humanitária baixou cerca de um terço em um ano
Agências registram queda de 6,2 milhões para 4,2 milhões; parceria com o governo quer angariar US$ 1,08 bilhão para alcançar 3,4 milhões de pessoas em 2019; cerca de 3 milhões de pessoas receberam ajuda essencial por mês.
Agências humanitárias e o Governo Federal da Somália precisam de US$ 1,08 bilhão para alcançar 3,4 milhões de pessoas afetadas por fatores como conflitos, variações climáticas e deslocamento em todo o país.
Um apelo aos doadores, lançado esta segunda-feira, quer fazer chegar ajuda aos somalis com meios de subsistência, financiando de forma antecipada e sustentando operações do Plano de Resposta Humanitária de 2019.
Resposta
O plano apresentado em Mogadício revela que o número de pessoas que precisam de assistência humanitária caiu 32%, de 6,2 milhões em 2018 para 4,2 milhões em 2019.
Os motivos para essa queda incluem melhorias na situação de segurança alimentar devido às boas chuvas, a resposta humanitária sustentada e o maior foco na definição de necessidades.
Mas fatores como conflitos contínuos e variações climáticas ameaçam reverter esses ganhos. Segundo a ONU, as necessidades humanitárias continuam acima do nível pré-crise registrada há dois anos. Mais de 1,5 milhão de pessoas enfrentam insegurança alimentar aguda e precisam de assistência imediata para sobreviver.
O outro desafio são as altas taxas de desnutrição em todo o país. Mais de 2,6 milhões de somalis vivem como deslocados internos “em circunstâncias difíceis, altamente vulneráveis e carecem de diversos serviços básicos e proteção”.
Pedido
O coordenador humanitário da ONU na Somália, Peter de Clercq, disse que o progresso feito até agora está ameaçado. O pedido às agências de ajuda humanitária é que sustentem ou aumentem o apoio nas áreas mais atingidas pela seca no início do ano.
As variações climáticas, a recente estação da chuva e os efeitos acumulados de anos de conflito provocaram deslocamentos, continuam a causar sofrimento e a destruir os meios de subsistência.
O apelo à comunidade internacional é que continue fornecendo financiamento humanitário antecipado e suficiente ao país do extremo leste da África.
O apoio essencial “deve ser acompanhado por um investimento substancial em soluções de desenvolvimento e resiliência que será fundamental para acabar com as necessidades e permitir que as pessoas possam se defender de forma digna. ”
Assistência
O ministro de Assuntos Humanitários e Gestão de Desastres da Somália, Hamza Said Hamza, elogiou à comunidade humanitária por “priorizar salvar vidas e combater as necessidades através da construção de resiliência comunitária.”
Para o representante, o plano de resposta deste ano “articula claramente a posição do governo de que as necessidades humanitárias na Somália não podem ser atendidas apenas pela ajuda essencial.” Ele disse haver reconhecimento das oportunidades para a contribuição dos parceiros de desenvolvimento para reforçar a resiliência dos somalis.
As agências humanitárias dizem que apesar dos desafios operacionais, da insegurança e das restrições de acesso no país conseguiram beneficiar cerca de 3 milhões de pessoas por mês com assistência vital em 2018.