Presidente de Angola diz que conflitos não têm justificação
O chefe de Estado angolano, João Lourenço, agradeceu o apoio da organização no período pós-guerra e disse esta quarta-feira que a ONU “ainda está longe de cumprir o que está expresso na sua carta”.
O presidente de Angola, João Lourenço, disse esta quarta-feira na sede da ONU, em Nova Iorque, que não há justificação para o prolongamento de conflitos.
“Num tempo de crescente globalização, não se justifica que continuem a proliferar, sem aparente solução, conflitos de dimensão variada em muitas partes do mundo e que populações inteiras continuem a sofrer as suas trágicas consequências, praticamente abandonadas à sua sorte.”
O chefe de Estado angolano discursou no segundo dia do debate de Alto Nível da Assembleia Geral da ONU.
Angola
Lourenço agradeceu o apoio das Nações Unidas no final da guerra civil angolana, destacando o papel do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, e do Programa Mundial dos Alimentos, PMA.
O líder angolano disse também que a organização aprendeu lições em Angola que pode usar noutros países que estão a tentar construir a sua paz.
“Angola vive uma experiência exemplar em termos de preservação e manutenção de uma paz definitiva e aprofundamento constante da reconciliação nacional, da inclusão social, do perdão mútuo e o sarar das feridas do conflito armado que terminou há 16 anos.”
Nações Unidas
O presidente de Angola destacou o papel das Nações Unidas no fim do colonialismo e na defesa dos direitos humanos, mas disse que a organização “ainda está longe de cumprir o que está expresso na sua Carta”.
Segundo ele, “o contexto atual exige que as Nações Unidas assumam um papel cada vez mais ativo no promoção e no acompanhamento dos processos de democratização política, económica e social”.
Lourenço mostrou apoio para com o projeto de reformas do secretário-geral, Antonio Guterres, dizendo que a adaptação aos novos tempos as justificam plenamente. O chefe de Estado também apoiou a reforma do Conselho de Segurança.
Ameaças
Lourenço destacou várias ameaças, como o terrorismo internacional, pelo crime organizado transnacional, pela migração ilegal, pela xenofobia, pelo tráfico de pessoas humanas e de drogas. Segundo ele, as proporções atingidas por estes problemas “exigem, para serem suportados, a concertação, ao mais alto nível, de todos os Estados-membros da nossa organização”.
Lourenço terminou o seu discurso reiterando a disponibilidade de Angola para “apoiar todos os esforços na promoção da cooperação entre as nações de todo o mundo, na consolidação da paz e na defesa de relações de cooperação, do comércio e do investimento no plano bilateral e multilateral”.
Assista ao discurso na íntegra do presidente de Angola: