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Portugal quer “multilateralismo reforçado, sempre”

Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, na Assembleia Geral.
Foto ONU/Cia Pak
Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, na Assembleia Geral.

Portugal quer “multilateralismo reforçado, sempre”

Assuntos da ONU

Presidente português defendeu das organizações internacionais no seu discurso na Assembleia Geral; Marcelo Rebelo de Sousa avisou que visões de curto prazo não resolvem os problemas do mundo.

O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, disse esta quarta-feira, na sede da ONU em Nova Iorque, que o país apoia sempre um reforço do multilateralismo.

“Por isso, não compreendemos, antes lamentamos, o tropismo, unilateral, bem como o desinvestimento nas organizações internacionais. Representam uma falta de visão política, que corre o risco de repetir os erros de há quase cem anos.”

Prioridades

O chefe de Estado português discursou no segundo dia do debate de alto nível da Assembleia Geral da ONU. O secretário-geral da organização, António Guterres, esteve presente durante o discurso.

Rebelo de Sousa disse que Portugal apoia todas as prioridades do chefe da ONU destacando a reforma da organização.

“Manter a situação atual é uma forma de esvaziar o multilateralismo e multiplicar riscos, conflitos, subdesenvolvimento e violação dos Direitos Humanos.  Assim como não reformar o Conselho de Segurança, com consenso alargado, é ignorar a geopolítica do século XXI, que exige, pelo menos, a presença do Continente Africano, do Brasil e da Índia.

Rebelo de Sousa destacou também a prevenção de conflitos, a manutenção e sustentação da paz, a preocupação com as migrações e os refugiados, o combate ao terrorismo e aos crimes internacionais, os oceanos e a segurança marítima, as alterações climáticas, a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, a igualdade de género e a aposta nos jovens.

Manter a situação atual é uma forma de esvaziar o multilateralismo e multiplicar riscos, conflitos, subdesenvolvimento e violação dos Direitos Humanos. Assim como não reformar o Conselho de Segurança, com consenso alargado, é ignorar a geopolítica do século XXI, que exige, pelo menos, a presença do Continente Africano, do Brasil e da Índia. 

 

Manter a situação atual é uma forma de esvaziar o multilateralismo e multiplicar riscos, conflitos, subdesenvolvimento e violação dos Direitos Humanos. Assim como não reformar o Conselho de Segurança, com consenso alargado, é ignorar a geopolítica do século XXI, que exige, pelo menos, a presença do Continente Africano, do Brasil e da Índia.

Visões

O presidente afirmou que “no fundo há duas visões diferentes sobre a realidade universal”.

Uma, de curto prazo, “é uni ou minilateral, protecionista, com discurso interno eleitoralista, minimizadora do multilateralismo”. A outra visão, que é seguida pelo seu país, “é multilateral, aberta, favorável à procura da governação global, empenhada no desenvolvimento sustentável, olhando para o Direito Internacional, a Carta e os Direitos Humanos como valores e princípios e não como meios ou conveniências.”

Rebelo de Sousa disse acreditar que, no médio e longo prazo, “esta visão prevalecerá, como prevaleceu na União Europeia, que deu à Europa o maior período de Paz de que há memória”.

Internacional

Além da importância da ONU, o líder português destacou a colaboração com organizações regionais, como a Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa, Cplp, e a União Africana.

Rebelo de Sousa também destacou vários acontecimentos internacionais, como os desenvolvimentos na Península Coreana e a assinatura do Tratado de Delimitação de Fronteiras Marítimas entre a Austrália e Timor-Leste.

A respeito dos oceanos, o presidente lembrou que Portugal acolhe a Conferência dos Oceanos em 2020.

Sobre as crises no Iémen e na Síria, o presidente português disse que “só uma solução política, substantiva, inclusiva e mediada pelas Nações Unidas” pode ter resultados.

Segundo ele, Portugal entende que “a ação multilateral, o diálogo político o bom senso diplomático são o único caminho possível para a convivência entre as nações e os povos”.

No fim do seu discurso, Rebelo de Sousa avisou que “visões de curtíssimo prazo, por muito apelativas que pareçam ser, constituem um fogo-fátuo, que não dura, não durará, e não resolverá os verdadeiros problemas do mundo”.

 

Assista ao discurso do presidente de Portugal na íntegra:

 

ONU News
Presidente de Portugal discursa na 73ª sessão da Assembleia Geral da ONU