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Acnur denuncia traficantes que se fazem passar por funcionários da ONU na Líbia 

Migrantes num centro de detenção em Tripoli, na Líbia.
Unicef/Alessio Romenzi
Migrantes num centro de detenção em Tripoli, na Líbia.

Acnur denuncia traficantes que se fazem passar por funcionários da ONU na Líbia 

Migrantes e refugiados

Agência informou que criminosos usam coletes e outros artigos com logótipos semelhantes aos da agência em pontos de desembarque e centros de contrabando.

A Agência de Refugiados da ONU, Acnur, pediu às autoridades líbias que tomem medidas contra  criminosos que, atuando em seu nome, buscam refugiados e migrantes desesperados na Líbia.

Um comunicado, emitido este sábado, revela que houve denúncias de contrabandistas e traficantes que se fazem passar por seu pessoal no terreno. Segundo "relatos credíveis", os criminosos atuam usando coletes e outros itens com logótipos semelhantes aos da agência em pontos de desembarque e centros de contrabando.

Presença 

O Acnur explica que seus funcionários estão presentes em pontos oficiais de desembarque de refugiados e migrantes distribuindo ajuda em forma de alimentos, água e roupas.

O comunicado destaca ainda que a agência está contra a detenção de refugiados e migrantes, e que seus funcionários monitoram a situação em centros de detenção do país dando apoio e identificando os mais vulneráveis.

Os trabalhadores do Acnur "não estão envolvidos na transferência de refugiados de pontos de desembarque para centros de detenção", destaca a nota.

Bairros 

Os relatos sobre essa atuação dos criminosos surgem no momento em que "piorou de forma drástica" a situação dos refugiados e migrantes detidos ou residentes na capital da Líbia, Tripoli.

Na maior cidade do país ocorreram confrontos desde 26 de agosto. Vários tanques e equipamento de artilharia pesada foram posicionados em áreas residenciais. 

As autoridades reportaram atrocidades cometidas contra refugiados e migrantes na área, que incluem estupro, sequestro e tortura.

Segundo a Missão da ONU na Líbia, Unsmil, pelo menos 61 líbios morreram e quase 160 ficaram feridos nesses confrontos. O chefe da operação política, Ghassan Salamé, descreveu a cidade como estando “à beira de uma guerra total” por causa do aumento do número de saques e outros crimes.

Confrontos

Com a mediação da Unsmil, as partes concordaram em acabar com os combates e restaurar a ordem após o deslocamento de milhares de pessoas.

O pedido do Acnur é que haja alternativas para a detenção, incluindo o uso imediato de um local disponível em Tripoli para que estes se juntem e possam sair da cidade.

A agência considera que essas instalações, administradas pelo Ministério do Interior da Líbia, servirão como uma plataforma para que migrantes e refugiados possam encontrar segurança em outros países. O local pode acolher mil refugiados e candidatos a asilo.