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Relator quer direitos humanos na agenda do encontro entre Trump e Kim Jong Un BR

Tomas Ojea Quintana pediu um “gesto concreto” do governo de Pyongyang em relação aos detidos de forma arbitrária.
ONU/Rick Bajornas
Tomas Ojea Quintana pediu um “gesto concreto” do governo de Pyongyang em relação aos detidos de forma arbitrária.

Relator quer direitos humanos na agenda do encontro entre Trump e Kim Jong Un

Paz e segurança

O apelo é do relator especial sobre a situação dos direitos humanos na Coreia do Norte, Tomas Ojea Quintana; ele também pediu a libertação de centenas de prisioneiros no país asiático.

A Coreia do Norte deveria começar a soltar prisioneiros políticos antes do encontro do líder Kim Jong Un com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, marcado para 12 de junho em Cingapura.

A sugestão está sendo feita pelo relator especial da ONU para os direitos humanos na Coreia do Norte. Nesta quinta-feira, Tomas Ojea Quintana falou com jornalistas em Genebra, onde pediu um “gesto concreto” do governo de Pyongyang em relação aos detidos de forma arbitrária.

Libertação gradual

Quintana elogiou a libertação de três americanos, ocorrida no mês passado. Ele diz que esse tipo de decisão precisa ter continuidade e ocorrer de forma gradual.

O número exato de prisioneiros políticos na Coreia do Norte é desconhecido, mas o especialista da ONU acredita que existam mais de 80 mil.

Apesar de já estar há dois anos na função, o relator especial ainda não foi convidado pelo governo a visitar a Coreia do Norte e ver de perto a situação de direitos humanos no país.

Paz

Tomas Ojea Quintana quer também que os direitos humanos sejam tratados durante o encontro entre Trump e Kim Jong Un. Os líderes devem falar sobre desnuclearização. O relator lembrou que dois acordos de desarmamento com a Coreia do Norte, firmados em 1994 e 2003, não foram bem-sucedidos.

Segundo Quintana, os direitos humanos precisam estar incluídos no encontro da próxima terça-feira porque “direitos humanos, segurança e paz estão interligados”.

O relator também está preocupado com 10 milhões de norte-coreanos que precisam de ajuda humanitária, especialmente acesso à comida. A ONU envia ajuda ao país, mas dos US$ 12 milhões necessários para as ações deste ano, apenas um terço foi financiado até agora.

Quintana mencionou ainda o “impacto violento” das sanções impostas à Coreia do Norte. Apesar de não estar pedindo o fim do embargo econômico, ele questionou se o Conselho de Segurança estenderá ou não as sanções.

*Os relatores de direitos humanos são independentes das Nações Unidas e não recebem salário pela sua atuação.

Apresentação: Leda Letra.