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Opaq confirma resultados do Reino Unido sobre gás usado em ataque químico

Inspetores da Opaq numa sessão de treino.
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Inspetores da Opaq numa sessão de treino.

Opaq confirma resultados do Reino Unido sobre gás usado em ataque químico

Paz e segurança

Organização para a Proibição de Armas Químicas concluiu investigação sobre substância usada em 4 de março contra um ex-agente de inteligência da Rússia e a filha dele na cidade britânica de Salisbury.

A Organização para a Proibição de Armas Químicas, Opaq, anunciou esta quinta-feira os resultados da sua investigação a um suposto ataque químico, ocorrido em 4 de março no Reino Unido. A entidade concordou com a conclusão do Reino Unido sobre o tipo de gás usado no ataque.

No mês passado, o governo britânico afirmou que tinha sido usado um gás neurotóxico chamado novichok contra um ex-agente de inteligência da Rússia e a filha dele na cidade britânica de Salisbury. Um agente da polícia britânica, que socorreu os dois, também foi contaminado.

Segundo agências de notícias, Yulia Skripal, a filha do ex-agente, recebeu alta, mas o pai continua internado.

Independência

A Opaq informou que, a pedido do Reino Unido, o relatório final vai ser partilhado com todos os Estados-membros da Convenção sobre Armas Químicas. Um resumo do caso também será divulgado ao público.

A Opaq informou que “trabalha de forma independente e não esteve envolvida na investigação das autoridades britânicas.” A organização acrescenta que “nenhum Estado-membro esteve envolvido no trabalho técnico” realizado.

Conselho de segurança

O Conselho de Segurança já debateu o ataque duas vezes.

No primeiro encontro, logo após o ataque, o Reino Unido disse que novichok é um “gás neurotóxico de classe militar desenvolvido pela Rússia” e afirmou ser “altamente provável que a Rússia seria responsável por este ato imprudente.”

O embaixador russo, Vassily Nebenzia, exigiu provas e afirmou que o país não tem nada a ver com o ataque. Segundo ele, “nenhuma investigação científica com o título novichok foi conduzida” em território russo.

No último encontro sobre o tema, a 5 de abril, foi apresentada uma carta da primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May.

Na carta, May afirma que “esta ação é consistente com um padrão bem estabelecido de agressão do Estado russo.”

Nebenzia respondeu dizendo que a acusação é “uma campanha coordenada, e muito bem preparada, para desacreditar e deslegitimar a Rússia.”

Secretário-geral

O vice-porta-voz do secretário-geral da ONU, Farhan Haq, disse em março que António Guterres “está muito preocupado” com alegações de uso de gás neurotóxico.

Guterres acredita que “o uso de gás neurotóxico como arma, sob qualquer circunstância, é inaceitável e o seu uso por um Estado constitui uma séria violação da lei internacional.” 

No seguimento deste caso, vários países decidiram expulsar diplomatas russos dos seus países, incluindo os Estados Unidos.

Numa nota, Guterres disse que iria “acompanhar de perto” esta decisão.

 

Apresentação: Alexandre Soares