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Conselho de Segurança faz nova sessão sobre ataque químico no Reino Unido

Conselho de Segurança da ONU.
ONU/Eskinder Debebe
Conselho de Segurança da ONU.

Conselho de Segurança faz nova sessão sobre ataque químico no Reino Unido

Paz e segurança

Encontro foi pedido pelo embaixador da Rússia junto à ONU; primeira-ministra britânica, Theresa May, enviou carta ao presidente do Conselho de Segurança sobre o tema.

O Conselho de Segurança voltou a discutir esta quinta-feira, em Nova Iorque, o alegado ataque químico ocorrido no Reino Unido no mês passado. A sessão foi realizada a pedido da Rússia.

A 4 de março, na cidade de Salisbury, um ex-agente de inteligência russo e a filha dele foram vítimas de um ataque, supostamente com gás neurotóxico. Um agente da polícia britânica, que socorria os dois, também foi contaminado.

Carta

No encontro, foi apresentada uma carta da primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, ao presidente rotativo do Conselho de Segurança, o embaixador do Peru.

Na carta, May diz que “o governo britânico acredita ser altamente provável que a Federação Russa é responsável pelo ataque.” A Rússia negou qualquer envolvimento.

A primeira-ministra argumenta que “nenhum país, com exceção da Rússia, combina a capacidade de guerra química, a intenção de usar este agente e a motivação para atacar a vítima principal.” Segundo Theresa May, “esta ação é consistente com um padrão bem estabelecido de agressão do Estado russo.”

Na carta, o Reino Unido pede o apoio da comunidade internacional. O governo britânico acredita que o ataque significa que um Estado-membro da ONU está desafiando as regras da ordem internacional.

Debate

Durante o encontro desta quinta-feira, o embaixador russo, Vassily Nebenzia, tornou a exigir provas e afirmou que o país não é responsável pelo ataque.

O embaixador disse que acusação é “uma campanha coordenada, e muito bem preparada, para desacreditar e deslegitimar a Rússia.”

Já a nova embaixadora do Reino Unido junto à ONU, Karen Pierce, afirmou que a resposta do seu governo passa em qualquer escrutínio e tem como base “uma das investigações mais complexas de sempre ao uso de uma arma química.”

Investigação

O diretor-geral da Organização para a Proibição de Armas Químicas, Opaq, Ahmet Üzümcü, disse na quarta-feira que os resultados das suas análises devem ser conhecidos na próxima semana.

Assim que estiveram prontos, o secretariado vai elaborar um relatório e enviar uma cópia para o Reino Unido, que deve tornar o documento público.

O diretor-geral lembrou que a Opaq “trabalha de forma independente” e “nenhum Estado-membro está envolvido neste trabalho técnico.”

Apresentação: Alexandre Soares