Perspectiva Global Reportagens Humanas

Chefe de Direitos Humanos da ONU pede “posição forte” contra presidente filipino

Alto comissário para os Direitos Humanos, Zeid Ra’ad Al Hussein.
Foto: ONU/Jean-Marc Ferré
Alto comissário para os Direitos Humanos, Zeid Ra’ad Al Hussein.

Chefe de Direitos Humanos da ONU pede “posição forte” contra presidente filipino

Direitos humanos

Zeid Al Hussein respondeu às acusações e insultos feitos por Rodrigo Duterte a duas relatoras da área de direitos humanos; alto comissário diz que Conselho de Direitos Humanos tem que responder ao pronunciamento do mandatário.

O alto comissário da ONU para Direitos Humanos, Zeid Al Hussein, disse esta sexta-feira que o presidente das Filipinas “deve submeter-se a uma avaliação psiquiátrica.”

O chefe de direitos humanos da ONU respondeu assim ao pedido das autoridades filipinas para incluir na “lista de terroristas” a relatora especial para os direitos dos povos indígenas, Victoria Tauli-Corpuz, e outros dois cidadãos filipinos que trabalharam para a ONU como especialistas nesta área.

Inaceitável

Zeid afirmou que as declarações do presidente são “inaceitáveis”. Segundo ele, a relatora especial “acredita que isto aconteceu devido aos comentários feitos em relação a ataques e homicídios de indígenas em Mindanao.”

O especialista referiu-se também aos “ataques ultrajantes” do presidente Rodrigo Duterte feitos à relatora especial para assassinatos extrajudiciais, Agnes Callamard. O presidente filipino chamou a relatora de “fraca desnutrida”.

Callamard lidera uma investigação à guerra as drogas nas Filipinas, marcada por assassinatos antes de acontecer qualquer julgamento. 

O alto comissário disse que estas ações “não podem ficar sem resposta” e que espera “que o Conselho de Direitos Humanos responda de forma adequada”, tomando “uma posição forte.”

Para Zeid, “é completamente vergonhoso que o presidente de um país possa falar desta maneira, usando a linguagem mais suja contra uma relatora altamente respeitada.”

No mês passado, Duterte também se referiu de forma ofensiva à promotora do Tribunal Penal Internacional, TPI, Fatou Bensouda, e juízes do órgão.

Apresentação: Alexandre Soares