ONU: “Península Coreana é mais tensa e perigosa questão de paz e segurança”
Secretário-geral revela profunda preocupação com risco de confronto militar; Em sessão do Conselho de Segurança, Guterres declara que ações do país desrespeitam vontade e resoluções órgão.
Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.
O secretário-geral declarou esta sexta-feira que a situação na Península Coreana é a mais tensa e perigosa questão de paz e segurança no mundo de hoje, numa sessão ministerial do Conselho de Segurança que debateu a Coreia do Norte.
Falando em Nova Iorque, António Guterres disse estar “profundamente preocupado” com o risco de confronto militar, que também pode resultar de uma escalada involuntária ou de um erro de cálculo.
Diplomacia
A reunião acontece três dias depois de o Conselho ter acompanhado o informe do subsecretário-geral dos Assuntos Políticos. Jeffrey Feltman falou sobre a sua visita ao país e dos contactos com figuras da diplomacia norte-coreana.
Os participantes no encontro liderado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros do Japão, Taro Kono, incluíram o secretário de Estado norte-americano Rex Tillerson.
Urânio
Guterres disse que a Agência Internacional de Energia Atómica ainda não tem acesso ao país e usa satélites para monitorar ações nucleares.
A entidade da ONU observar indícios de ações de mineração, moagem e concentração em minas de urânio de Pyongsan e instalações de concentração do elemento químico em Pyongsan.
Guterres frisou que a Coreia do Norte continua o único país que quebra as regras contra testes nucleares.
Para o chefe da ONU, em 2017 os programas de mísseis nucleares e balísticos ocorreram “a ritmo alarmante e acelerado”.
Em setembro, o país realizou o seu sexto teste nuclear num ano em que ocorreram 20 lançamentos de mísseis balísticos.
Não-proliferação
Para o secretário-geral essas ações mostram um flagrante desrespeito pela vontade e pelas resoluções do Conselho de Segurança e prejudica as normas internacionais contra testes nucleares e o regime de não-proliferação.
Guterres mencionou três áreas-chaves para as quais o Secretariado das Nações Unidas “acrescenta valor estratégico ao diálogo com a Coreia do Norte”.
Para o secretário-geral, em primeiro lugar está a imparcialidade. Em segundo, a voz e as normas, os valores e os princípios para soluções pacíficas e diplomáticas de acordo com o direito internacional.
Por último, o secretário-geral declarou que a ONU pode proporcionar canais de comunicação com todas as partes.
Para António Guterres, a ONU é um local vital onde as seis partes envolvidas no processo estão representadas e podem interagir para lidar com diferenças com vista a compreender e promover medidas para reforçar a confiança.
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