Srebrenica “maior atrocidade” na Europa desde fundação da ONU
Declaração do secretário-geral marca os 22 anos do massacre ocorrido em 11 de julho de 1995; António Guterres defendeu que para ajudar a prevenir futuras atrocidades, é “preciso olhar honestamente para o passado”.
Laura Gelbert Delgado, da ONU News em Nova Iorque.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, emitiu uma declaração sobre o 22º aniversário do massacre de Srebrenica, ocorrido em 11 de julho de 1995 e segundo ele, “a maior atrocidade em solo europeu desde a fundação das Nações Unidas”.
Guterres afirmou que neste dia, a ONU lembra e presta homenagem aos milhares de homens e meninos que foram mortos e expressa solidariedade com as famílias e amigos dos que perderam a vida.
Tribunal
Este ano marcará o fechamento do Tribunal Penal Internacional para ex-Iugoslávia, criado pela ONU para processar os responsáveis por graves violações da lei humanitária internacional cometidas no território da antiga Iugoslávia.
Guterres ressaltou que tanto o Tribunal Penal Internacional para ex-Iugoslávia quanto a Corte Internacional de Justiça concluíram que os atos cometidos em Srebrenica constituíram genocídio.
O Tribunal Penal determinou a responsabilidade criminal de diferentes indivíduos sobre o massacre de Srebrenica e condenou-os por genocídio.
Fatos e prevenção
Na nota, o secretário-geral lembrou que os “terríveis eventos” ocorridos em Srebrenica em julho de 1995 são “fatos históricos e foram documentados extensivamente”.
Guterres defendeu que para ajudar a prevenir futuras atrocidades, é “preciso olhar honestamente para o passado”, reconhecer que estes crimes aconteceram e o papel mundial permitindo que eles ocorressem.
Ele declarou que a “comunidade internacional, e as Nações Unidas em particular, aceitaram sua parte de responsabilidade na tragédia de Srebrenica e trabalharam duro para aprender com as lições de seus fracassos”.
Construção de confiança
No comunicado, Guterres afirmou ainda que “a difícil tarefa de construir confiança para permitir a plena reconciliação na Bósnia e Herzegovina está com a população das várias comunidades do país”.
Para construir um futuro “melhor e comum”, o secretário-geral defendeu que as tragédias do passado devem ser reconhecidas por estas comunidades.
António Guterres concluiu a declaração afirmando que as Nações Unidas estão “plenamente comprometidas a apoiar ações de não-repetição e reconciliação, a fim de alcançar uma paz sustentável, justiça e dignidade para todos”.
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