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Doadores prometem US$ 1,1 bilhão para Iêmen BR

António Guterres em discurso na Conferência para angariar fundos para o Iêmen, em Genebra, na Suiça. Foto: ONU/Jean-Marc Ferré

Doadores prometem US$ 1,1 bilhão para Iêmen

Secretário-geral da ONU disse ainda que o mundo está testemunhando a fome e a destruição de toda uma geração; Ele afirmou que a comunidade internacional precisa agir imediatamente para salvar vidas; conflito forçou fuga de 3 milhões de pessoas.

Edgard Júnior, da ONU News em Nova Iorque.

A Conferência para angariar fundos para o Iêmen, realizada em Genebra, na Suíça recebeu promessa de US$ 1,1 bilhão de doadores internacionais para ajuda humanitária no país.

Até antes da reunião desta terça-feira, o secretário-geral da ONU, António Guterres tinha dito que do apelo de US$ 2,1 bilhões feito para cobrir as operações neste ano, a ONU só tinha recebido 15% desse total.

Tragédia

Guterres, afirmou que o conflito no Iêmen arrasou a economia, destruiu o sistema de saúde e forçou a fuga de 3 milhões de pessoas de suas casas.

Guterres disse, no encontro, que o Iêmen sofre uma tragédia de “imensas proporções”.

Falando em inglês, o chefe da ONU afirmou que o “mundo está testemunhando a fome e a destruição de toda uma geração”. Segundo ele, a comunidade internacional precisa agir imediatamente para salvar vidas.

Guterres declarou que o Iêmen já atravessava uma situação de pobreza antes do início do conflito. Em média, uma criança de até cinco anos morre a cada 10 minutos no país de causas que poderiam ser evitadas. Além disso, muitas crianças que sobrevivem vão sofrer com as sequelas do nanismo e de uma saúde precária pelo resto de suas vidas.

O secretário-geral disse que “todos estão reunidos na Conferência para transformar a onda de sofrimento e criar esperança” para os iemenitas. Para Guterres, a comunidade internacional tem o poder e os meios para acabar com a crise no Iêmen.

Ele afirmou que 19 milhões de pessoas, quase dois terços da população, precisam de ajuda de emergência, sendo que 17 milhões estão em uma situação de insegurança alimentar, transformando o conflito na maior crise de fome do mundo.

Calcula-se que dois milhões de crianças estejam fora das escolas. Elas ficam mais expostas a recrutamento e radicalização pelos grupos armados. Meninas de apenas 13 anos são obrigadas a casar em troca de dotes para cobrir as necessidades básicas das famílias.

O chefe da ONU disse que quase 300 hospitais e clínicas de saúde foram destruídos ou danificados no país nos últimos dois anos. A mortalidade materna é a maior da região e mais de um milhão de gestantes estão desnutridas.

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