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Funcionário da ONU explica porque unir esforços para estabilização da Somália

Tropas do exército somaliano e da Missão da União Africana na Somália em comboio a caminho tde Barawe, bastião do grupo Al-Shabaab. Foto: Amisom/Tobin Jones

Funcionário da ONU explica porque unir esforços para estabilização da Somália

Vice-diretor do Departamento dos Assuntos Políticos cita revisão da Constituição, partilha do poder e processo para preparar as eleições de 2021 como prioritários; abordagem inclui combate ao terrorismo.

Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.

As Nações Unidas reiteram a sua aposta para ajudar a criar condições para permitir que o Governo da Somália e as novas instituições assumam a responsabilidade da segurança do país.

As etapas decisivas do processo foram reveladas à ONU News, em Nova Iorque, pelo vice-diretor da Divisão África 1 do Departamento dos Assuntos Políticos nas Nações Unidas, Samba Sané.

Eleições

“Os desafios são enormes. Vão ter que fazer a revisão da Constituição e vamos ajudar os somalianos e as instituições do país a ver a partilha do poder entre o as instituições federais e  os estados federados. Têm que estabelecer um quadro legal para a condução das eleições que vão ter lugar em 2021. Vai haver a necessidade de conduzir o registo de eleitores mas de facto nós podemos dizer que nas três áreas que acabei de mencionar vamos ter que focalizar os nossos esforços no sentido de estabilizar o país.”

Após a transferência dos escritórios da ONU para a Somália em 2012, a partir de Nairobi, a organização colaborou com instituições somalis somando progressos como a formação do Estado Federal e avanços sobre os insurgentes al-Shabaab.

Os ganhos contaram com o contributo da Missão da União Africana, Amisom,  mandatada pelo Conselho de Segurança. Sané destacou os desafios que a comunidade internacional terá durante as próximas etapas da estabilização.

Terrorismo

“Ajudar aos somalianos, as Forças Armadas da Somália e capacitá-las. Segundo, também ajudar às forças da Missão da União Africana que estão presentes no país, que se ocupa do aspecto da segurança, para ter a capacidade necessária para implementar o mandato. Nesta abordagem compreensiva de segurança temos o aspeto importante do combate ao terrorismo e sua prevenção. Uma outra área muito importante é o fato de nós criarmos um programa de recuperação comunitária das áreas que foram libertadas pelas forças da União Africana.”

As Nações Unidas apoiaram ainda o processo que culminou com a eleição do presidente Mohamed Abdullahi Farmajo em fevereiro. A organização considera que foi um passo essencial para instaurar o primeiro governo integralmente funcional em décadas.