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Lares para crianças abrigam pelo menos 2,7 milhões de menores no mundo BR

Irmãos que vivem em lar na Romênia. Foto: UNICEF/Vladimir Kostyak

Lares para crianças abrigam pelo menos 2,7 milhões de menores no mundo

Estudo do Unicef revela que Europa do Leste e Ásia Central são as regiões com o maior número de crianças nessas instituições; morar em um lar afeta o desenvolvimento físico e emocional dos menores.

Leda Letra, da ONU News em Nova Iorque. 

O Fundo da Nações Unidas para Infância, Unicef, divulgou nesta quinta-feira os resultados de um estudo que mostram que os lares para crianças, em todo o mundo, abrigam pelo menos 2,7 milhões de menores. Mas segundo o Unicef, este número pode ser maior porque muitas crianças vivendo nessas instituições ou orfanatos não estão nos registros oficiais.

Europa Central e do Leste e Ásia Central são as regiões com os maiores volumes de crianças, quase 665 mil. O Unicef afirma que isso gera uma média de 666 crianças a cada 100 mil, ou cinco vezes mais do que a média global.

Deficiências

Na Europa do Leste e Ásia Central, as crianças com algum tipo de deficiência representam quase a metade de todos os menores vivendo em lares públicos. De acordo com a agência, em muitos países existe a crença de que as famílias são incapazes de cuidar de seus filhos com deficiência e as instituições acabam sendo consideradas os locais ideiais para esses menores.

O Unicef alerta que viver em um abrigo tem um “impacto arrasador no desenvolvimento cerebral, especialmente durante os primeiros anos de vida da criança”.

Consequências graves

Na primeira infância, entre zero e três anos de idade, os menores que vivem nesses lares carecem de atenção, amor e cuidados. Isso atrapalha o desenvolvimento cerebral e pode gerar consequências para o resto da vida.

A agência da ONU cita ainda implicações para o crescimento cognitivo, social e emocional, além de impactos negativos para saúde, felicidade e capacidade de aprendizado.

O Unicef defende mais investimentos para programas de apoio às famílias, para evitar que as crianças sejam separadas de seus pais ou responsáveis. Outra ação é garantir a transição desses menores, para que deixem de morar nos lares e voltem a viver com suas famílias biológicas.

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