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ONU: violência em Mianmar pode representar crime contra a humanidade BR

Adama Dieng. Foto: ONU/Manuel Elias (arquivo)

ONU: violência em Mianmar pode representar crime contra a humanidade

Alerta foi feito pelo Conselheiro especial das Nações Unidas sobre Prevenção do Genocídio; Adama Dieng afirmou que o nível de violência contra a minoria Rohingya é “revoltante e inaceitável”.

Edgard Júnior, da ONU News em Nova Iorque.

O conselheiro especial das Nações Unidas sobre Prevenção do Genocídio, Adama Dieng, afirmou que a violência contra a comunidade de minoria Rohingya, em Mianmar, chegou a um nível de crueldade que é “revoltante e inaceitável”.

Dieng disse que o relatório divulgado na semana passada pelo Escritório de Direitos Humanos dá credibilidade às alegações de que as forças de segurança estão cometendo várias violações na região norte do Estado de Rakhine.

Tortura

O conselheiro da ONU declarou que “se as pessoas estão sendo perseguidas com base na sua identidade e mortas, torturadas ou estupradas de uma forma generalizada, isso pode representar crimes contra a humanidade”.

Dieng deixou claro que essas violações devem acabar imediatamente. O relatório do Escritório de Direitos Humanos afirma que entre as violações cometidas pelas forças de segurança de Mianmar estão estupros em massa, assassinatos extra-judiciais, inclusive de bebês e crianças, além de espancamentos e desaparecimentos forçados.

Para o representante da ONU, a comissão indicada pelo governo para investigar as violações não é confiável.

Irregularidade

Ele explicou que apesar de ter tido acesso à região de Rakhine, a comissão não encontrou nenhuma prova ou encontrou provas insuficientes de irregularidades cometidas pelas forças do governo.

Segundo Dieng, o Escritório de Direitos Humanos não recebeu autorização para visitar a área e mesmo assim conseguiu vários depoimentos e outras provas através do contato com refugiados que fugiram do país.

O conselheiro pediu ao governo de Mianmar que a investigação seja feita por um grupo realmente imparcial e independente que inclua a participação de observadores internacionais.